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Que alternativa(s) estabelece(m) relações lógicas coerentes entre as informações abaixo?
I. A remodelação do Rio de Janeiro, entre 1903 e 1906, seguiu três eixos básicos: a reforma do porto, o saneamento e a reurbanização.
II. Tais ações foram celebradas como passos em direção ao progresso.
III. Essas ações criaram uma realidade urbana diferente da esperada, propiciando a multiplicação das favelas.
(Adaptado de Veja na sala de aula: guia do professor, n. 19, 9 jun. 1999.)
a) As ações de remodelação do Rio de Janeiro, entre 1903 e 1906, cujos eixos básicos foram a reforma do porto, o saneamento e a reurbanização, embora tenham sido celebradas como passos em direção ao progresso, criaram uma realidade urbana diferente da esperada, pois propiciaram a multiplicação das favelas.
b) A reforma do porto, o saneamento e a reurbanização, eixos básicos de remodelação do Rio de Janeiro, entre 1903 e 1906, foram celebrados como passos em direção ao progresso, pois propiciaram a multiplicação das favelas, criando uma realidade urbana diferente da esperada.
c) A multiplicação das favelas, propiciada, entre 1903 e 1906, pela remodelação do Rio de Janeiro a partir de três eixos básicos – a reforma do porto, o saneamento e a reurbanização –, foi celebrada como um passo em direção ao progresso, produzindo uma realidade urbana diferente da esperada.
d) Celebrados como passos em direção ao progresso, a reforma do porto, o saneamento e a reurbanização, eixos básicos da remodelação do Rio de Janeiro entre 1903 e 1906, acabaram criando uma realidade urbana diferente da esperada, propiciando a multiplicação das favelas.
e) Criando uma realidade urbana diferente da esperada, a reforma do porto, o saneamento e a reurbanização, eixos básicos das ações de remodelação do Rio de Janeiro entre 1903 e 1906, apesar de celebrados como passos em direção ao progresso, propiciaram a multiplicação das favelas.
Observe a seguinte notícia de jornal.
Abastecimento
120 mil moradores de Sumaré devem ficar sem água hoje por quatro horas.
Cerca de 120 mil pessoas vão ficar sem água hoje em Sumaré (26 km de Campinas), devido à interrupção do abastecimento da ETA (Estação de Tratamento de Água) por quatro horas. A suspensão ocorrerá por causa do corte de energia que será feito pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz). No final da semana passada, em decorrência da seca e do excesso de poluição, a interrupção da captação do rio Atibaia, que abastece 50% da cidade, já havia deixado os 120 mil moradores sem água.
Ontem, o Grupo Técnico de Monitoramento Hidrológico informou que a região corre risco de enfrentar uma crise de abastecimento nos próximos meses. Os técnicos dizem que a região enfrenta a pior estiagem do século e começam a adotar medidas para conscientizar a população para economizar água.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, 13 maio 2000.)
Considere que os eventos anunciados na notícia de fato ocorreram como previsto. Indique, então, a(s) alternativa(s) que expressa(m) adequadamente relação(ões) de causa e consequência identificável(eis) nessa notícia.
a) 120 mil moradores de Sumaré ficaram sem água no dia 13/5/2000 porque a Estação de Tratamento de Água interrompeu o abastecimento durante quatro horas.
b) A Estação de Tratamento de Água em Sumaré interrompeu o abastecimento em 13/5/2000 porque a Companhia Paulista de Força e Luz cortou a energia.
c) Na semana anterior, a captação do rio Atibaia foi interrompida porque 120 mil moradores ficaram sem água.
d) A região de Sumaré enfrentava a pior estiagem do século porque o rio Atibaia estava excessivamente poluído na época.
e) Os técnicos começaram a adotar medidas para conscientizar a população da necessidade de economizar água porque havia risco de uma crise de abastecimento nos meses subsequentes
Texto I
CAPÍTULO CXII
Aqui é que eu quisera ter dado a este livro o método de tantos outros, – velhos todos, – em que a matéria do capítulo era posta no sumário: "De como aconteceu isto assim, e mais assim". Aí está Bernardim Ribeiro; aí estão outros livros gloriosos. Das línguas estranhas, sem querer subir a Cervantes nem a Rabelais, bastavam-me Fielding e Smollet, muitos capítulos dos quais só pelo sumário estão lidos. Pegai em Tom Jones, livro IV, cap. I, lede este título: Contendo cinco folhas de papel. É claro, é simples, não engana a ninguém; são cinco folhas, mais nada, quem não quer não lê, e quem quer lê; para os últimos é que o autor concluiu obsequiosamente: "E agora, sem mais prefácio, vamos ao seguinte capítulo".
CAPÍTULO CXIII
Se tal fosse o método deste livro, eis aqui um título que explicaria tudo: "De como Rubião, satisfeito da emenda feita no artigo, tantas frases compôs e ruminou, que acabou por escrever todos os livros que lera".
Lá haverá leitor a quem só isso não bastasse. Naturalmente, quereria toda a análise da operação mental do nosso homem, sem advertir que, para tanto, não chegariam as cinco folhas de papel de Fielding. Há um abismo entre a primeira frase de que Rubião era co-autor até a autoria de todas as obras lidas por ele; é certo que o que mais lhe custou foi ir da frase ao primeiro livro; – deste em diante a carreira fez-se rápida. Não importa; a análise seria ainda assim longa e fastiosa. O melhor de tudo é deixar só isto; durante alguns minutos, Rubião se teve por autor de muitas obras alheias.
CAPÍTULO CXIV
Ao contrário, não sei se o capítulo que se segue poderia estar todo no título.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. In: _____. Obra completa. v. 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)
Sobre o texto I, é correto afirmar:
a) Os capítulos acima transcritos exemplificam algumas das características da ficção machadiana em geral, como a narrativa apresentada ao leitor pela voz do próprio protagonista, que se concentra na progressão linear do enredo, de cujos incidentes evita desviar-se no decorrer do romance.
b) Seja quanto à temática, seja quanto aos procedimentos estilísticos nele empregados, Quincas Borba evoca as primeiras obras do autor, contrastando com os demais romances de sua fase madura, como Memórias póstumas de Brás Cubas ou Esaú e Jacó.
c) As alusões a autores clássicos, frequentes nos escritos de Machado de Assis, refletem seu espírito severo e sua atenção aos modelos da mais alta tradição da cultura ocidental, o que afasta seus escritos da vida mundana do Rio de Janeiro do século XIX.
d) Os comentários sobre as técnicas de composição empregadas na construção de seu próprio romance não apenas refletem o considerável grau de consciência do escritor com respeito ao fazer literário, mas também convidam o leitor a tomar consciência de seu papel ativo na "construção" do sentido da obra.
e) No capítulo CXII, o uso da expressão "línguas estranhas", no sentido de línguas estrangeiras, é exemplo da figura de linguagem da ironia, traço recorrente na obra machadiana, que remete ao nacionalismo arraigado do autor.
Indique a(s) alternativa(s) em que a reescrita do(s) trecho(s) do texto está de acordo com as normas do português padrão.
a) Públicas são áreas acessíveis a todos a qualquer momento e cuja manutenção é uma responsabilidade assumida coletivamente.
b) É privado as áreas aonde o acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa.
c) Estas oposições extremas entre o público e o privado, o coletivo e o individual, resultou num clichê.
d) Podem-se interpretar os conceitos de "público" e "privado" como a tradução em termos espaciais de "coletivo" e "individual".
e) Todo comportamento na sociedade em geral é, na verdade, determinado por papéis, cuja personalidade de cada indivíduo é afirmada pelo que os outros veem nele.
Texto I
CAPÍTULO CXII
Aqui é que eu quisera ter dado a este livro o método de tantos outros, – velhos todos, – em que a matéria do capítulo era posta no sumário: "De como aconteceu isto assim, e mais assim". Aí está Bernardim Ribeiro; aí estão outros livros gloriosos. Das línguas estranhas, sem querer subir a Cervantes nem a Rabelais, bastavam-me Fielding e Smollet, muitos capítulos dos quais só pelo sumário estão lidos. Pegai em Tom Jones, livro IV, cap. I, lede este título: Contendo cinco folhas de papel. É claro, é simples, não engana a ninguém; são cinco folhas, mais nada, quem não quer não lê, e quem quer lê; para os últimos é que o autor concluiu obsequiosamente: "E agora, sem mais prefácio, vamos ao seguinte capítulo".
CAPÍTULO CXIII
Se tal fosse o método deste livro, eis aqui um título que explicaria tudo: "De como Rubião, satisfeito da emenda feita no artigo, tantas frases compôs e ruminou, que acabou por escrever todos os livros que lera".
Lá haverá leitor a quem só isso não bastasse. Naturalmente, quereria toda a análise da operação mental do nosso homem, sem advertir que, para tanto, não chegariam as cinco folhas de papel de Fielding. Há um abismo entre a primeira frase de que Rubião era co-autor até a autoria de todas as obras lidas por ele; é certo que o que mais lhe custou foi ir da frase ao primeiro livro; – deste em diante a carreira fez-se rápida. Não importa; a análise seria ainda assim longa e fastiosa. O melhor de tudo é deixar só isto; durante alguns minutos, Rubião se teve por autor de muitas obras alheias.
CAPÍTULO CXIV
Ao contrário, não sei se o capítulo que se segue poderia estar todo no título.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. In: _____. Obra completa. v. 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)
Texto II
VII – A comadre
Cumpre-nos agora dizer alguma coisa a respeito de uma personagem que representará no correr desta história um importante papel, e que o leitor apenas conhece, porque nela tocamos de passagem no primeiro capítulo: é a comadre, a parteira que, como dissemos, servira de madrinha ao nosso memorando.
Era a comadre uma mulher baixa, excessivamente gorda, bonachona, ingênua ou tola até um certo ponto, e finória até outro; vivia do ofício de parteira, que adotara por curiosidade, e benzia de quebranto; todos a conheciam por muito beata e pela mais desabrida papa-missas da cidade. Era a folhinha mais exata de todas as festas religiosas que aqui se faziam; sabia de cor os dias em que se dizia missa em tal ou tal igreja, como a hora e até o nome do padre; era pontual à ladainha, ao terço, à novena, ao setenário; não lhe escapava via-sacra, procissão, nem sermão; trazia o tempo habilmente distribuído e as horas combinadas, de maneira que nunca lhe aconteceu chegar à igreja e achar já a missa no altar. De madrugada começava pela missa da Lapa; apenas acabava ia à das 8 na Sé, e daí saindo pilhava ainda a das 9 em Santo Antônio. O seu traje habitual era, como o de todas as mulheres da sua condição e esfera, uma saia de lila preta, que se vestia sobre um vestido qualquer, um lenço branco muito teso e engomado ao pescoço, outro na cabeça, um rosário pendurado no cós da saia, um raminho de arruda atrás da orelha, tudo isto coberto por uma clássica mantilha, junto à renda da qual se pregava uma pequena figa de ouro ou de osso. Nos dias dúplices, em vez de lenço à cabeça, o cabelo era penteado, e seguro por um enorme pente cravejado de crisólitas.
[...]
A comadre continuou a aparecer daí em diante por um motivo que mais tarde se saberá.
Por agora vamos continuar a contar o que era feito do Leonardo.
(ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. 25. ed. São Paulo: Ática, 1996.)
Sobre os textos I e II, é correto afirmar:
a) A despeito das várias diferenças entre as obras, é correto reconhecer ao menos dois aspectos comuns através dos trechos transcritos: presença de metalinguagem – isto é, no caso, comentário sobre o próprio fazer narrativo – e ordenação não-regular dos incidentes da narrativa.
b) Os traços vivamente populares com os quais se descreve a comadre, supersticiosa e bonachona, contrastam vivamente com as marcas de erudição atribuídas a Rubião, leitor compenetrado de mestres como Fielding, Cervantes e Rabelais e autor de diversas obras.
c) Enquanto Memórias de um sargento de milícias se concentra na vida carioca do final do século XIX, o romance Quincas Borba desenvolve uma reflexão sobre o Brasil colonial, ambientando-se no interior de Minas Gerais e no Rio de Janeiro no final do século XVIII.
d) O destino dos protagonistas de ambos os romances é similar: Rubião inicia a narrativa em posição social subalterna e, por meio de empenho e alguns lances de sorte, tem seus méritos intelectuais reconhecidos e recompensados na Corte; também é o caso de Leonardinho, cuja bravura é premiada com um posto nas milícias.
e) A extensa produção literária de Manuel Antonio de Almeida rivaliza, do ponto de vista quantitativo, com a de Machado de Assis. Contudo, é evidente a influência machadiana sobre Memórias de um sargento de milícias, romance cujo enredo e técnica narrativa derivam em grande medida das Memórias póstumas de Brás Cubas.
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