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"Se não existissem leis e governos, uma vez que o mundo é mau e apenas um ser humano em mil é um verdadeiro cristão, as pessoas se destruiriam umas às outras e ninguém seria capaz de sustentar sua mulher e seus filhos, de se alimentar e servir a Deus. O mundo tornar-se-ia um deserto. E assim Deus instituiu dois governos, o governo espiritual, que molda os verdadeiros cristãos e as pessoas justas por meio do Espírito Santo sob Cristo, e o governo secular, que reprime os maus e os não cristãos e os obriga a conservarem-se exteriormente em paz e permanecerem quietos, gostem ou não gostem disso."

(Martinho Lutero. Sobre a autoridade secular: até que ponto se estende a obediência a ela? Trad. de Hélio M. L. de Barros e Carlos E. S. Matos. São Paulo: Martins Fontes, 1995. p. 16.)

Sobre o contexto da Reforma Protestante e as ideias de Lutero sobre o poder temporal, é correto afirmar:

($\quad$) Dando continuidade ao pensamento político de Santo Agostinho, Lutero reforça a autoridade dos príncipes, legitima o domínio que exercem sobre os súditos e compartilha com os monarcas as ideias a respeito da centralização do poder.

($\quad$) Lutero, por assumir uma posição de conservadorismo político e defender a teoria da resistência passiva dos cristãos, condenou com veemência as revoltas camponesas na Alemanha.

($\quad$) Ao fundamentar sua teologia na justificação pela fé, Lutero desenvolveu uma definição pessimista da humanidade, que se confrontava com a definição humanista. Isso ficou evidente na polêmica que manteve com Erasmo, em torno do livre-arbítrio.

($\quad$) Apesar de se colocarem em campos teológicos e doutrinários completamente opostos, a Reforma Protestante e a Reforma Católica tinham um objetivo comum: responder às demandas espirituais da época e aplacar as inquietações da consciência cristã.

($\quad$) As guerras religiosas do século XVI uniram católicos e protestantes contra a ameaça turca e o Islã.

Em 13 de junho de 1913 a militante sufragista inglesa Emily Wilding Davidson jogou-se sob as patas do cavalo do rei durante o Grande Prêmio Derby d’Epson, vindo a morrer por causa dos ferimentos. Esse ato extremo impressionou a opinião pública, chamando a atenção para o movimento político em defesa do direito de voto para as mulheres. A ação política em torno do voto feminino, mais do que reivindicação pelo direito de igualdade jurídica, levantava a incômoda questão das resistências ao exercício da cidadania civil e política das mulheres. Sobre a questão, é correto afirmar:

($\quad$) No Brasil, o reconhecimento jurídico do direito ao voto feminino já estava previsto na Constituição Republicana de 1891.

($\quad$) Durante a Revolução Francesa as mulheres se organizaram e intervieram ativamente nos debates políticos; contudo, a partir de 1793 teve início na França o processo de exclusão sistemática das mulheres da esfera pública, fundamentado na teoria da incapacidade natural do sexo feminino.

($\quad$) Após a conquista do direito ao voto feminino, os direitos políticos das mulheres nas sociedades democráticas do século XXI podem ampliar-se ainda mais. Uma das medidas para tanto é a expansão da elegibilidade de mulheres para o exercício de funções políticas. No Brasil, a instituição de cotas nos partidos aponta positivamente nessa direção.

($\quad$) O direito romano previa o exercício pleno da cidadania para as mulheres, que podiam exercer, tanto no direito público quanto no direito privado, todas as funções relativas ao patrimônio e à justiça.

O papel das religiões parecia ter perdido sua relevância política no século XX, e muitos analistas demonstravam ter aceitado a ideia de que, politicamente, "Deus estava morto". Nos dias atuais, contudo, observa-se o ressurgimento de diversos movimentos religiosos como, por exemplo, o fundamentalismo islâmico, o fundamentalismo protestante americano, o pentecostalismo e a renovação carismática da Igreja Católica. Independentemente das diferenças que possuem entre si, esses movimentos defendem, em geral, que seus valores religiosos devem se refletir em sua ação política.

Sobre o assunto, é correto afirmar:

($\quad$) Muitos desses movimentos, cujo principal objetivo é redistribuir a riqueza, anseiam pela recriação da ordem teocrática, de forma semelhante ao que ocorreu na época medieval e no Egito Antigo.

($\quad$) O exemplo de Bin Laden, que acusou os Estados Unidos e seus governantes de serem o "Grande Satã", demonstra a aproximação entre ação política e religião.

($\quad$) Esses movimentos contrariam as ideias do Iluminismo, o qual enfatizava a laicização do pensamento e condenava qualquer interferência da Igreja na política.

($\quad$) O termo "fundamentalismo" pode ser compreendido como o anseio pelo retorno às origens e às tradições de uma determinada confissão religiosa, vistas como perdidas ou ameaçadas pelos princípios e valores seculares.

($\quad$) No Brasil, um dos principais movimentos religiosos da atualidade é o pentecostalismo, cujo crescimento se deve, entre outros fatores, ao uso intenso dos meios de comunicação de massa.

"Entre 1060 e 1150, o Ocidente foi praticamente coberto de igrejas. (...) Com efeito, a construção desses edifícios dependia do esforço dos fiéis, que forneciam o material e contribuíam com o trabalho necessário para a obra. (...) O aspecto mais importante deste fenômeno, no entanto, se refere à arquitetura que orientou a edificação das igrejas medievais. Predominaram dois estilos principais: o românico e o gótico. A evolução do primeiro para o segundo representou uma renovação artística que, por sua vez, correspondeu às transformações gerais ocorridas na estrutura da sociedade durante a Baixa Idade Média."

(Arruda, J. J. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1996. p. 477.)

Considerando as transformações sociais, religiosas e de mentalidade que geraram a evolução de um estilo a outro, é correto afirmar:

  1. a) ( ) O românico era o estilo que caracterizava a construção de igrejas no meio rural. Com a expansão econômica, mercantil e urbana do século XI, as igrejas começaram a ser construídas nas cidades, no estilo gótico.

  2. b) ( ) O românico era o estilo que conservava os traços estilísticos do mundo romano recém-desestruturado. Quando os germanos, e especialmente os godos, começaram a fazer predominar sua cultura na Europa Ocidental, criaram o estilo gótico.

  3. c) ( ) A evolução das estruturas materiais exigia da Igreja uma atualização de sua pregação e uma nova forma de representação artística; assim, o românico vinculava-se à virada do ano mil e seus temores milenaristas, enquanto que o gótico passou a refletir o otimismo de um Ocidente em franca expansão econômica e demográfica.

  4. d) ( ) O fervilhar de ideias e a circulação intensa de riquezas que havia no meio urbano dos séculos XII e XIII, seja em mercados, Universidades ou mesmo Corporações de Ofícios, geraram o desenvolvimento de um estilo de construção religiosa que refletia a ostentação, diversidade e importância dos grupos que compunham as cidades: o estilo gótico.

  5. e) ( ) Não houve uma substancial transformação estilística do românico para o gótico. O que mudou, essencialmente, foram os financiadores das construções religiosas.

As transformações na estrutura econômica, política e social do Brasil entre o final do século XIX e início do XX provocaram uma série de manifestações de resistência no campo. Entre elas podemos citar os episódios da Revolta dos Mucker (1874), de Canudos (1893-1897) e do Contestado (1912). Sobre esses levantes, é correto afirmar:

($\quad$) Os movimentos de Canudos e do Contestado pregavam a volta do regime monárquico, pois representavam os interesses conservadores das oligarquias insatisfeitas com a República e com o fim da escravidão.

($\quad$) Uma das mais ricas e conhecidas descrições sobre o episódio de Canudos foi escrita por Euclides da Cunha, na obra Os Sertões, publicada em 1902.

($\quad$) O movimento do Contestado tinha como um de seus motivos a disputa de terras entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

($\quad$) Embora esses movimentos não tenham colocado efetivamente em perigo a ordem constituída, todos foram violentamente perseguidos e sufocados pelas forças legais do governo.

($\quad$) O caráter messiânico presente nesses movimentos pode ser explicado por certo distanciamento entre Igreja e populações carentes, com o consequente predomínio de uma religiosidade popular.

($\quad$) Contribuiu para a eclosão desses movimentos a situação de exclusão e marginalidade das populações pobres que viviam na periferia das cidades, no interior do país e nos sertões, dada a ineficiência da atuação do poder público nessas regiões.

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