UFF 2002 - Questões

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Os eclipses solar e lunar – fenômenos astronômicos que podem ser observados sem a utilização de instrumentos ópticos – ocorrem sob determinadas condições naturais. A época de ocorrência, a duração e as circunstâncias desses eclipses dependem da geometria variável do sistema Terra-Lua-Sol. Nos eclipses solar e lunar as fases da Lua são, respectivamente:


ELES NÃO USAM BLACK-TIE (peça teatral)

Tião - Papai ...

Otávio - Me desculpe, mas seu pai ainda não chegou. Ele deixou um recado comigo, mandou dizê pra você que ficou muito admirado, que se enganou. E pediu pra você tomá outro rumo, porque essa não é casa de fura-greve!

Tião - Eu vinha me despedir e dizer só uma coisa: não foi por covardia!

Otávio - Seu pai me falou sobre isso. Ele também procura acreditá que num foi por covardia. Ele acha que você até que teve peito. Furou a greve e disse pra todo mundo, não fez segredo. Não fez como o Jesuíno que furou a greve sabendo que tava errado. Ele acha, o seu pai, que você é ainda mais filho da mãe! Que você é um traidô dos seus companheiro e da sua classe, mas um traidô que pensa que tá certo! Não um traidô por covardia, um traidô por convicção!

Tião - Eu queria que o senhor desse um recado a meu pai ...

Otávio - Vá dizendo.

Tião - Que o filho dele não é um “filho da mãe”. Que o filho dele gosta de sua gente, mas que o filho dele tinha um problema e quis resolvê esse problema de maneira mais segura. Que o filho é um homem que quer bem!

Otávio - Seu pai vai ficá irritado com esse recado, mas eu digo. Seu pai tem outro recado pra você. Seu pai acha que a culpa de pensá desse jeito não é sua só. Seu pai acha que tem culpa ...

Tião - Diga a meu pai que ele não tem culpa nenhuma.

Otávio (perdendo o controle) - Se eu te tivesse educado mais firme, se te tivesse mostrado melhor o que é a vida, tu não pensaria em não ter confiança na tua gente ...

Tião - Meu pai não tem culpa. Ele fez o que devia. O problema é que eu não podia arriscá nada. Preferi tê o desprezo de meu pessoal pra poder querer bem, como eu quero querer, a tá arriscando a vê minha mulhé sofrê como minha mãe sofre, como todo mundo nesse morro sofre!

Otávio - Seu pai acha que ele tem culpa!

Tião - Tem culpa de nada, pai!

Otávio (num rompante) - E deixa ele acreditá nisso, se não, ele vai sofrê muito mais. Vai achar que o filho dele caiu na merda sozinho. Vai achar que o filho dele é safado de nascença. (Acalma-se repentinamente). Seu pai manda mais um recado. Diz que você não precisa aparecê mais. E deseja boa sorte pra você.

Tião - Diga a ele que vai ser assim. Não foi por covardia e não me arrependo de nada. Até um dia. (Encaminha-se para a porta.)

GUARNIERI, Gian Francesco. Eles não usam black-tie. 3$\ ^{a}$ ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984, p.108

Tião - Eu vinha me despedir e dizer só uma coisa: não foi por covardia!

Otávio - Seu pai me falou sobre isso. Ele também procura acreditá que num foi por covardia. Ele acha que você até que teve peito. Furou a greve e disse pra todo mundo, não fez segredo. Não fez como o Jesuíno que furou a greve sabendo que tava errado. Ele acha, o seu pai, que você é ainda mais filho da mãe ! Que você é um traidô dos seus companheiro e da sua classe, mas um traidô que pensa que tá certo! Não um traidô por covardia, um traidô por convicção!

Em relação ao emprego da língua portuguesa no diálogo acima, pode-se afirmar:


ELES NÃO USAM BLACK-TIE (peça teatral)

Tião - Papai ...

Otávio - Me desculpe, mas seu pai ainda não chegou. Ele deixou um recado comigo, mandou dizê pra você que ficou muito admirado, que se enganou. E pediu pra você tomá outro rumo, porque essa não é casa de fura-greve!

Tião - Eu vinha me despedir e dizer só uma coisa: não foi por covardia!

Otávio - Seu pai me falou sobre isso. Ele também procura acreditá que num foi por covardia. Ele acha que você até que teve peito. Furou a greve e disse pra todo mundo, não fez segredo. Não fez como o Jesuíno que furou a greve sabendo que tava errado. Ele acha, o seu pai, que você é ainda mais filho da mãe! Que você é um traidô dos seus companheiro e da sua classe, mas um traidô que pensa que tá certo! Não um traidô por covardia, um traidô por convicção!

Tião - Eu queria que o senhor desse um recado a meu pai ...

Otávio - Vá dizendo.

Tião - Que o filho dele não é um “filho da mãe”. Que o filho dele gosta de sua gente, mas que o filho dele tinha um problema e quis resolvê esse problema de maneira mais segura. Que o filho é um homem que quer bem!

Otávio - Seu pai vai ficá irritado com esse recado, mas eu digo. Seu pai tem outro recado pra você. Seu pai acha que a culpa de pensá desse jeito não é sua só. Seu pai acha que tem culpa ...

Tião - Diga a meu pai que ele não tem culpa nenhuma.

Otávio (perdendo o controle) - Se eu te tivesse educado mais firme, se te tivesse mostrado melhor o que é a vida, tu não pensaria em não ter confiança na tua gente ...

Tião - Meu pai não tem culpa. Ele fez o que devia. O problema é que eu não podia arriscá nada. Preferi tê o desprezo de meu pessoal pra poder querer bem, como eu quero querer, a tá arriscando a vê minha mulhé sofrê como minha mãe sofre, como todo mundo nesse morro sofre!

Otávio - Seu pai acha que ele tem culpa!

Tião - Tem culpa de nada, pai!

Otávio (num rompante) - E deixa ele acreditá nisso, se não, ele vai sofrê muito mais. Vai achar que o filho dele caiu na merda sozinho. Vai achar que o filho dele é safado de nascença. (Acalma-se repentinamente). Seu pai manda mais um recado. Diz que você não precisa aparecê mais. E deseja boa sorte pra você.

Tião - Diga a ele que vai ser assim. Não foi por covardia e não me arrependo de nada. Até um dia. (Encaminha-se para a porta.)

GUARNIERI, Gian Francesco. Eles não usam black-tie. 3$\ ^{a}$ ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984, p.108

Otávio (num rompante) - E deixa ele acreditá nisso, se não, ele vai sofrê muito mais. Vai achar que o filho dele caiu na merda sozinho. Vai achar que o filho dele é safado de nascença. (Acalma-se repentinamenté). Seu pai manda mais um recado. Diz que você não precisa aparecê mais. E deseja boa sorte pra você.

As expressões “caiu na merda” e o “filho dele é safado” justificam-se porque:


HAITI

Quando você for convidado pra subir no adro da

Fundação Casa de Jorge Amado

Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos

Dando porrada na nuca de malandros pretos

De ladrões mulatos

E outros quase brancos

Tratados como pretos

Só pra mostrar aos outros quase pretos

(E são quase todos pretos)

E aos quase brancos pobres como pretos

Como é que pretos, pobres e mulatos

E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados

E não importa se olhos do mundo inteiro

Não importa nada

Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico

Nem o disco de Paul Simon

Ninguém

Ninguém é cidadão

Se você for ver a festa do Pelô

E se você não for

pense no Haiti

Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui

O Haiti não é aqui

http://www.gilbertogil.com.br/disconew/letras_0.htm 

Tem sido frequente na literatura discutir a questão da identidade nacional, presente também na canção Haiti, de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Assinale o fragmento em que se convida o leitor a refletir sobre nossa identidade.


Em algumas obras literárias, a estruturação do texto se faz com períodos simples, curtos, sem recorrência a estruturas oracionais subordinadas, como os seguintes:

$\begin{array}{lll} \text{Ninguém} & \text{O Haiti é aqui} \\ \text{Ninguém é cidadão} & \text{O Haiti não é aqui} \\ \end{array}$

No exemplo a seguir, colhido em chat na INTERNET, envolvendo vários usuários, pode-se dizer que ocorre, igualmente, um procedimento “econômico” de linguagem.

$<$fabricio_TF JB$>$ ALGUMA GAROTA ENTRE 13 E 20 ANOS, ME MANDE UMA MENSAGEM POR FAVOR...

***$\{$_deby_$\}$ has quit IRC (Quit:)

$<$O-SafAdO$>$ alguma mulher afim de ver videos?pvt me

***_ZE_TRIPE_ has joined #brasil

***Impulso_has joined #brasil

$<$$\wedge$$\wedge$A_BRUXA$\wedge$$\wedge$$>$ xauzinhos

$<$_MARCELINHO_$>$ alguma gatinha quer tc

***Lissa_Rock has left #brasil

***Banddiddo_RJ has joined #Brasil

$<$[$\wedge$Gatinha$\wedge$]$>$ ALGUÉM AI TEM FOTO PARA MANDAR?

Em contextos de produção de língua escrita na obra literária e no diálogo da INTERNET, os procedimentos diferem porque:


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