UFRGS 2009 Português - Questões

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A importância que a rede assume (1) para nossa população colonial prende-se, de algum modo, à própria mobilidade dessa população. Em contraste com a cam (7)a e mesmo com o simples catre de madeira (8), trastes "sedentários" (6) por natureza, e que simbolizavam o repouso e a reclusão doméstica (9), ela (22) pertence (31) tanto ao recesso do lar (10) quanto ao tumulto da praça pública (11), tanto à morada da vila como ao sertão remoto (34) e rude (12).

Móvel caseiro e, ao mesmo tempo, veículo de transporte (13), é em suas (23) redes lavradas (2), por vezes luxuosamente adornadas (40), que saem (41) à rua as matronas (14) paulistanas (24), ou viajam (42) entre a vila e o sítio da roça (39). De Manuel João Branco contam que, tendo ido a Lisboa para levar a el-rei (16) o célebre (35) cacho de bananas de ouro, andava pelas ruas da Corte em uma rede de fios de algodão e lã de várias cores, carregada por mulatos calçados que levara de São Paulo especialmente para esse mister (3). Pedro Taques (26), ao referir (32) o episódio, acrescenta que "seria objeto de grande riso esta nova carruagem (15) em Lisboa, e na verdade só a Providência (18) o (25) faria escapar às pedradas dos rapazes da Cotovia".

Nem só as matronas, como Inês Monteiro, ou os velhos, como um Manuel João Branco - "caduco velho", chamava-lhe o autor da Nobiliarquia - serviam-se de semelhante veículo. Os próprios sertanistas (19) não desdenhavam (33) desse meio de transporte (28), menos, talvez, por amor à comodidade (4), do que por amor à própria distinção e ao prestígio que (27) o aparato (5) impunha. O poeta José Elói Ottoni (30), que ainda pôde ser contemporâneo (36) das últimas (37) bandeiras paulistas, fala-nos, e não sem rancor, naqueles capitães que iam pelo mato dentro (20) carregados "em redes, aos ombros de seus (29) semelhantes". E já no século passado (38) o cronista (21) Baltasar da Silva Lisboa regista (17) a mesma tradição. O fato é que as redes - redes de dormir ou de transportar - são peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos no sertão.

(Adaptado de: HOLANDA, Sérgio Buarque. Redes e redeiras. In: ___. Caminhos e fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 247.)

Considere as seguintes afirmações sobre o conteúdo do texto.

  1. I. O primeiro parágrafo informa que a posição privilegiada da rede na vida da população colonial estava ligada à sua praticidade.

  2. II. O segundo parágrafo revela o desdém da população colonial pelo uso de redes na cidade.

  3. III. O terceiro parágrafo ilustra a importância da rede como símbolo de status social no meio rural, no Brasil colonial.

Quais estão corretas?


A importância que a rede assume (1) para nossa população colonial prende-se, de algum modo, à própria mobilidade dessa população. Em contraste com a cam (7)a e mesmo com o simples catre de madeira (8), trastes "sedentários" (6) por natureza, e que simbolizavam o repouso e a reclusão doméstica (9), ela (22) pertence (31) tanto ao recesso do lar (10) quanto ao tumulto da praça pública (11), tanto à morada da vila como ao sertão remoto (34) e rude (12).

Móvel caseiro e, ao mesmo tempo, veículo de transporte (13), é em suas (23) redes lavradas (2), por vezes luxuosamente adornadas (40), que saem (41) à rua as matronas (14) paulistanas (24), ou viajam (42) entre a vila e o sítio da roça (39). De Manuel João Branco contam que, tendo ido a Lisboa para levar a el-rei (16) o célebre (35) cacho de bananas de ouro, andava pelas ruas da Corte em uma rede de fios de algodão e lã de várias cores, carregada por mulatos calçados que levara de São Paulo especialmente para esse mister (3). Pedro Taques (26), ao referir (32) o episódio, acrescenta que "seria objeto de grande riso esta nova carruagem (15) em Lisboa, e na verdade só a Providência (18) o (25) faria escapar às pedradas dos rapazes da Cotovia".

Nem só as matronas, como Inês Monteiro, ou os velhos, como um Manuel João Branco - "caduco velho", chamava-lhe o autor da Nobiliarquia - serviam-se de semelhante veículo. Os próprios sertanistas (19) não desdenhavam (33) desse meio de transporte (28), menos, talvez, por amor à comodidade (4), do que por amor à própria distinção e ao prestígio que (27) o aparato (5) impunha. O poeta José Elói Ottoni (30), que ainda pôde ser contemporâneo (36) das últimas (37) bandeiras paulistas, fala-nos, e não sem rancor, naqueles capitães que iam pelo mato dentro (20) carregados "em redes, aos ombros de seus (29) semelhantes". E já no século passado (38) o cronista (21) Baltasar da Silva Lisboa regista (17) a mesma tradição. O fato é que as redes - redes de dormir ou de transportar - são peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos no sertão.

(Adaptado de: HOLANDA, Sérgio Buarque. Redes e redeiras. In: ___. Caminhos e fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 247.)

No texto, lê-se que o autor utilizou diferentes fontes documentais para comentar costumes do Brasil colonial.

Considere as seguintes fontes documentais.

1 - obra intitulada Nobiliarquia

2 - crônica que refere hábitos da época

3 - antologia poética da época retratada

4 - lista de bens de habitantes do interior no Brasil colonial

Quais dessas fontes foram utilizadas pelo autor?


A importância que a rede assume (1) para nossa população colonial prende-se, de algum modo, à própria mobilidade dessa população. Em contraste com a cam (7)a e mesmo com o simples catre de madeira (8), trastes "sedentários" (6) por natureza, e que simbolizavam o repouso e a reclusão doméstica (9), ela (22) pertence (31) tanto ao recesso do lar (10) quanto ao tumulto da praça pública (11), tanto à morada da vila como ao sertão remoto (34) e rude (12).

Móvel caseiro e, ao mesmo tempo, veículo de transporte (13), é em suas (23) redes lavradas (2), por vezes luxuosamente adornadas (40), que saem (41) à rua as matronas (14) paulistanas (24), ou viajam (42) entre a vila e o sítio da roça (39). De Manuel João Branco contam que, tendo ido a Lisboa para levar a el-rei (16) o célebre (35) cacho de bananas de ouro, andava pelas ruas da Corte em uma rede de fios de algodão e lã de várias cores, carregada por mulatos calçados que levara de São Paulo especialmente para esse mister (3). Pedro Taques (26), ao referir (32) o episódio, acrescenta que "seria objeto de grande riso esta nova carruagem (15) em Lisboa, e na verdade só a Providência (18) o (25) faria escapar às pedradas dos rapazes da Cotovia".

Nem só as matronas, como Inês Monteiro, ou os velhos, como um Manuel João Branco - "caduco velho", chamava-lhe o autor da Nobiliarquia - serviam-se de semelhante veículo. Os próprios sertanistas (19) não desdenhavam (33) desse meio de transporte (28), menos, talvez, por amor à comodidade (4), do que por amor à própria distinção e ao prestígio que (27) o aparato (5) impunha. O poeta José Elói Ottoni (30), que ainda pôde ser contemporâneo (36) das últimas (37) bandeiras paulistas, fala-nos, e não sem rancor, naqueles capitães que iam pelo mato dentro (20) carregados "em redes, aos ombros de seus (29) semelhantes". E já no século passado (38) o cronista (21) Baltasar da Silva Lisboa regista (17) a mesma tradição. O fato é que as redes - redes de dormir ou de transportar - são peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos no sertão.

(Adaptado de: HOLANDA, Sérgio Buarque. Redes e redeiras. In: ___. Caminhos e fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 247.)

Assinale a alternativa em que a segunda palavra constitui um sinônimo adequado da primeira, considerando o contexto em que esta ocorre.


A importância que a rede assume (1) para nossa população colonial prende-se, de algum modo, à própria mobilidade dessa população. Em contraste com a cam (7)a e mesmo com o simples catre de madeira (8), trastes "sedentários" (6) por natureza, e que simbolizavam o repouso e a reclusão doméstica (9), ela (22) pertence (31) tanto ao recesso do lar (10) quanto ao tumulto da praça pública (11), tanto à morada da vila como ao sertão remoto (34) e rude (12).

Móvel caseiro e, ao mesmo tempo, veículo de transporte (13), é em suas (23) redes lavradas (2), por vezes luxuosamente adornadas (40), que saem (41) à rua as matronas (14) paulistanas (24), ou viajam (42) entre a vila e o sítio da roça (39). De Manuel João Branco contam que, tendo ido a Lisboa para levar a el-rei (16) o célebre (35) cacho de bananas de ouro, andava pelas ruas da Corte em uma rede de fios de algodão e lã de várias cores, carregada por mulatos calçados que levara de São Paulo especialmente para esse mister (3). Pedro Taques (26), ao referir (32) o episódio, acrescenta que "seria objeto de grande riso esta nova carruagem (15) em Lisboa, e na verdade só a Providência (18) o (25) faria escapar às pedradas dos rapazes da Cotovia".

Nem só as matronas, como Inês Monteiro, ou os velhos, como um Manuel João Branco - "caduco velho", chamava-lhe o autor da Nobiliarquia - serviam-se de semelhante veículo. Os próprios sertanistas (19) não desdenhavam (33) desse meio de transporte (28), menos, talvez, por amor à comodidade (4), do que por amor à própria distinção e ao prestígio que (27) o aparato (5) impunha. O poeta José Elói Ottoni (30), que ainda pôde ser contemporâneo (36) das últimas (37) bandeiras paulistas, fala-nos, e não sem rancor, naqueles capitães que iam pelo mato dentro (20) carregados "em redes, aos ombros de seus (29) semelhantes". E já no século passado (38) o cronista (21) Baltasar da Silva Lisboa regista (17) a mesma tradição. O fato é que as redes - redes de dormir ou de transportar - são peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos no sertão.

(Adaptado de: HOLANDA, Sérgio Buarque. Redes e redeiras. In: ___. Caminhos e fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 247.)

Considere as seguintes afirmações acerca do sentido de expressões empregadas no primeiro parágrafo do texto.

  1. I. A expressão trastes "sedentários" (6),no contexto em que ocorre, tem um sentido geral que inclui o sentido de cama (7) e catre de madeira (8).

  2. II. As expressões reclusão doméstica (9)e recesso do lar (10) têm sentidos equivalentes no contexto em que ocorrem.

  3. III. No contexto em que ocorrem, há uma oposição de sentido entre tumulto da praça pública (11) e sertão remoto e rude (12).

Quais estão corretas?


A importância que a rede assume (1) para nossa população colonial prende-se, de algum modo, à própria mobilidade dessa população. Em contraste com a cam (7)a e mesmo com o simples catre de madeira (8), trastes "sedentários" (6) por natureza, e que simbolizavam o repouso e a reclusão doméstica (9), ela (22) pertence (31) tanto ao recesso do lar (10) quanto ao tumulto da praça pública (11), tanto à morada da vila como ao sertão remoto (34) e rude (12).

Móvel caseiro e, ao mesmo tempo, veículo de transporte (13), é em suas (23) redes lavradas (2), por vezes luxuosamente adornadas (40), que saem (41) à rua as matronas (14) paulistanas (24), ou viajam (42) entre a vila e o sítio da roça (39). De Manuel João Branco contam que, tendo ido a Lisboa para levar a el-rei (16) o célebre (35) cacho de bananas de ouro, andava pelas ruas da Corte em uma rede de fios de algodão e lã de várias cores, carregada por mulatos calçados que levara de São Paulo especialmente para esse mister (3). Pedro Taques (26), ao referir (32) o episódio, acrescenta que "seria objeto de grande riso esta nova carruagem (15) em Lisboa, e na verdade só a Providência (18) o (25) faria escapar às pedradas dos rapazes da Cotovia".

Nem só as matronas, como Inês Monteiro, ou os velhos, como um Manuel João Branco - "caduco velho", chamava-lhe o autor da Nobiliarquia - serviam-se de semelhante veículo. Os próprios sertanistas (19) não desdenhavam (33) desse meio de transporte (28), menos, talvez, por amor à comodidade (4), do que por amor à própria distinção e ao prestígio que (27) o aparato (5) impunha. O poeta José Elói Ottoni (30), que ainda pôde ser contemporâneo (36) das últimas (37) bandeiras paulistas, fala-nos, e não sem rancor, naqueles capitães que iam pelo mato dentro (20) carregados "em redes, aos ombros de seus (29) semelhantes". E já no século passado (38) o cronista (21) Baltasar da Silva Lisboa regista (17) a mesma tradição. O fato é que as redes - redes de dormir ou de transportar - são peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos no sertão.

(Adaptado de: HOLANDA, Sérgio Buarque. Redes e redeiras. In: ___. Caminhos e fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 247.)

Seja em função da época que retrata, seja por estilo do próprio Sérgio Buarque de Holanda, no texto aparecem palavras ou expressões que não são empregadas de modo usual no português padrão do Brasil.

Assinale a alternativa que contém apenas esse tipo de palavra ou expressão.


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