UFPR 2005 História - Questões

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Leia, com atenção, as seguintes citações:

“Agora observemos que uma parte considerável do mundo grego era constituída de escravos ou outros tipos de mão-de-obra servil, muitos deles, bárbaros; que de modo geral, a elite em cada cidade era composta de homens de ócio, completamente livres de qualquer preocupação com assuntos econômicos, graças a uma força de trabalho que compravam e vendiam, sobre a qual tinham extensos direitos de propriedade; (...) que à condição de servidão nenhum homem, mulher ou criança, independentemente de sua posição ou riqueza, podia estar certo de escapar em caso de guerra.”

(FINLEY, Moysés. Economia e sociedade na Grécia Antiga. p. 118.)

“Consegui para meus patrões uma produção anual de vinte, trinta e quarenta tonéis mais do que meus antecessores; claro que matei trinta a quarenta negros por ano, porém os lucros superaram as perdas.”

(Henry Coor, sobre um feitor da Jamaica em 1774. Apud BENCI, J. Economia cristã dos senhores no governo dos escravos. p. 21.)

Ambas as passagens tratam do regime de escravidão, o que supõe em ambos os períodos a posse de um homem sobre outro homem, cuja finalidade, na maioria das vezes, é a exploração da força de trabalho. No que se refere aos objetivos de tal exploração e às razões que justificavam essa instituição, há diferenças fundamentais entre o período da Antiguidade Clássica e o período moderno. Em um texto de 8 a 10 linhas, explicite essas diferenças sob os aspectos econômico, social e cultural.

O filme Cidade de Deus, do diretor Fernando Meirelles, grande sucesso internacional do cinema brasileiro, tenta representar de forma realista a gênese de problemas urbanos cada vez mais graves, que são a exclusão social, a segregação urbana e a criminalidade. O filme é ambientado entre os anos de 1965 e 1979. Mostra o crescimento de um bairro popular da cidade do Rio de Janeiro que, paulatinamente, vai sendo ocupado pelo crime organizado. Sobre o assunto, escreva um texto, de 8 a 10 linhas, relacionando crescimento econômico, exclusão social e violência urbana com o tipo de política econômica do regime militar brasileiro das décadas de 60 e 70.h

Durante os primeiros anos da Revolução Francesa, os cidadãos envolvidos com a elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e participantes dos debates políticos em curso na Assembleia Legislativa tiveram que enfrentar o espinhoso tema republicano da igualdade, especialmente a igualdade entre os sexos. Poucos foram os cidadãos que advogaram em favor dos direitos das mulheres, como Condorcet, e aqueles que o fizeram não foram ouvidos ou foram ridicularizados. Apesar de a Constituição de 1791 ter melhorado consideravelmente o estatuto jurídico das mulheres, a questão dos direitos políticos permanecia um problema, e a partir de 1792 foi vista como uma ameaça à ordem pública pelos jacobinos. Em 1793, três mulheres foram condenadas à morte na guilhotina: a odiada Maria Antonieta, a feminista Olympe de Gouges e a girondina Madame Roland. Apesar das diferenças ideológicas entre as três, elas ousaram envolver-se com política, algo que levou a própria Olympe de Gouges a afirmar que faltava às mulheres o direito de subir à tribuna, pois já tinham o direito de subir ao cadafalso.

Explique, em um texto de 8 a 10 linhas, por que, no século XVIII, os direitos políticos foram considerados inadequados às mulheres e explicite as principais consequências dessa negação da igualdade.

Com base nos textos abaixo, correlacione as duas formas de pobreza na Idade Média. Sua resposta deverá ter de 8 a 10 linhas.

“A diversidade de sua miséria acabou constituindo um conglomerado compósito; todos, porém, partilham da mesma impotência em vencer o infortúnio sem a ajuda de outrem, ao preço de uma dependência moral e material. Na primeira fila está o pobre tradicional, a quem o monge emprestou o título de ‘pobre de Cristo’: é alguém que sofre da saúde, da idade ou da sorte, incapaz, física ou mentalmente, de assumir a própria existência (...). Deste modo apresentaram-se inicialmente os fracos que viviam à sombra da força e do poder, os humildes que esperavam de seus irmãos de fé o auxílio que lhes permitiria sobreviver às calamidades, e finalmente os indigentes que não conseguem extrair sua subsistência de um trabalho.”

(MOLLAT, Michel. Os pobres na Idade Média. Rio de Janeiro: Campus, 1989. p. 287.)

“[Para Francisco de Assis e seus irmãos] a reação de rejeição ao dinheiro é então, em primeiro lugar, um gesto de repulsa física, a rejeição da matéria monetária. É preciso considerar, sentir as peças de dinheiro como pedras e não lhes dar importância maior do que à poeira. É o longo capítulo 8 da Regula non bullata, proibindo os frades de receber dinheiro, evocando o diabo, tratando a moeda como poeira, ameaçando com o anátema o irmão que guardasse ou possuísse dinheiro, que assim seria um falso frade, um apóstata, um salteador, um ladrão, um dono de cofre, como Judas.”

(LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 199.)

“Depois de um século de colonização política e geográfica, as potências industriais começaram a colonizar a grande reserva que é a alma humana. Os novos domínios seriam a inteligência, a vontade, o sentimento e a imaginação de centenas de milhares de seres humanos que veem cinema, ouvem rádio, veem e ouvem televisão. A técnica feita indústria permitiu a consolidação de grandes complexos, produtores e fornecedores de imagens, de palavras e de ritmos, que funcionam como um sistema entre mercantil e cultural.”

(BOSI, Ecléa. Cultura de massa e cultura popular, 1972.)

O texto refere-se criticamente ao advento dos meios de comunicação de massa, que invadem, cada dia mais, o cotidiano das sociedades contemporâneas. Assinale a alternativa que justifica as críticas feitas aos meios de comunicação.


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