Com base nos textos abaixo, correlacione as duas formas de pobreza na Idade Média. Sua resposta deverá ter de 8 a 10 linhas.

“A diversidade de sua miséria acabou constituindo um conglomerado compósito; todos, porém, partilham da mesma impotência em vencer o infortúnio sem a ajuda de outrem, ao preço de uma dependência moral e material. Na primeira fila está o pobre tradicional, a quem o monge emprestou o título de ‘pobre de Cristo’: é alguém que sofre da saúde, da idade ou da sorte, incapaz, física ou mentalmente, de assumir a própria existência (...). Deste modo apresentaram-se inicialmente os fracos que viviam à sombra da força e do poder, os humildes que esperavam de seus irmãos de fé o auxílio que lhes permitiria sobreviver às calamidades, e finalmente os indigentes que não conseguem extrair sua subsistência de um trabalho.”

(MOLLAT, Michel. Os pobres na Idade Média. Rio de Janeiro: Campus, 1989. p. 287.)

“[Para Francisco de Assis e seus irmãos] a reação de rejeição ao dinheiro é então, em primeiro lugar, um gesto de repulsa física, a rejeição da matéria monetária. É preciso considerar, sentir as peças de dinheiro como pedras e não lhes dar importância maior do que à poeira. É o longo capítulo 8 da Regula non bullata, proibindo os frades de receber dinheiro, evocando o diabo, tratando a moeda como poeira, ameaçando com o anátema o irmão que guardasse ou possuísse dinheiro, que assim seria um falso frade, um apóstata, um salteador, um ladrão, um dono de cofre, como Judas.”

(LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 199.)