UEL 2015 Filosofia - Questões

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A análise do tema modernidade, por pensadores clássicos da Sociologia, está presente também em autores contemporâneos, atentos às condições da sociedade atual. No século XIX, Karl Marx, em seu livro O Manifesto Comunista, de 1848, refere-se à sociedade burguesa de seu tempo como formação social em que tudo o que era sólido desmancha no ar, tudo que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas.

(MARX, K.; ENGELS, F. O Manifesto Comunista. In: COUTINHO, C. N. et al. O Manifesto Comunista: 150 anos depois. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998. p.11.)

Zigmunt Baumann, em Confiança e medo na cidade, afirma que se, entre as condições da modernidade sólida, a desventura mais temida era a incapacidade de se conformar, agora - depois da reviravolta da modernidade “líquida” – o espectro mais assustador é o da inadequação. Temor bem justificado quando consideramos a enorme desproporção entre a quantidade e a qualidade de recursos exigidos por uma produção efetiva de segurança do tipo “faça você mesmo”.

(Adaptado de: BAUMANN, Z. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. p.21-22.)

Com base nesses trechos e nos conhecimentos sobre modernidade, apresente

  1. a) uma característica particular para Marx e uma para Baumann;

  2. b) duas características comuns para ambos os autores.

Émile Durkheim considera o fato social o objeto de estudo da Sociologia e propõe regras para explicá-lo. Duas dessas regras são formuladas da seguinte maneira:

(I) A causa determinante de um fato social deve ser buscada entre os fatos sociais anteriores, e não entre os estados de consciência individual.

(II) A função de um fato social deve ser sempre buscada na relação que mantém com algum fim social.

(DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 5.ed. São Paulo: Editora Nacional, 1968. p.102.)

Com base nas regras (I) e (II) e nos conhecimentos sobre o fato social, explique como se dá a relação entre indivíduo e sociedade para Durkheim. Exemplifique essa relação.

Leia o texto a seguir.

Recapitulemos analiticamente os elementos apontados como integrantes do conceito de bairro, começando pela base territorial, essencial à sua configuração. Mas, além de determinado território, o bairro se caracteriza por um segundo elemento, o sentimento de localidade existente nos seus moradores, e cuja formação depende não apenas da posição geográfica, mas também do intercâmbio entre as famílias e as pessoas, vestindo por assim dizer o esqueleto topográfico – “O que é bairro?” – perguntei certa vez a um velho caipira, cuja resposta pronta exprime numa frase o que se vem expondo aqui: – “Bairro é uma naçãozinha.” - Entenda-se: a porção de terra a que os moradores têm consciência de pertencer, formando uma certa unidade diferente das outras. A convivência entre eles decorre da proximidade física e da necessidade de cooperação.

Sabemos que, no regime de economia de subsistência, é possível exercer as atividades da lavoura em base exclusivamente familiar – cada família bastando-se a si mesma e podendo, em consequência, viver relativamente isolada, sem integrar-se noutra estrutura mais ampla.

(Adaptado de: CANDIDO, A. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. 9.ed. São Paulo: Duas Cidades, 2001. p.84-85.)

Nesse texto, o sociólogo brasileiro Antonio Candido, referindo-se à vida “rural” brasileira, conceitua o “bairro” do campo e o diferencia da sociedade mais ampla e urbana. Cite três características integrantes desse conceito sociológico de “bairro rural” presentes no texto.

Leia o diálogo a seguir.

Glauco: - Que queres dizer com isso?

Sócrates: – O seguinte: que me parece que há muito estamos a falar e a ouvir falar sobre o assunto, sem nos apercebermos de que era da justiça que de algum modo estávamos a tratar.

Glauco: - Longo proémio – exclamou ele – para quem deseja escutar!

Sócrates: – Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça.

(PLATÃO. A República. 7.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p.185-186.)

Com base nesse fragmento, que aponta para o debate em torno do conceito de justiça na obra A República de Platão, explique como Platão compreende esse conceito.

Leia os textos a seguir.

A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.

(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.)

O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado.

(Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. (Coleção Os Pensadores.))

Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta.


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