UEL 2006 Sociologia - Questões
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Na história primitiva, havia poucas formas criadas pelo homem, sendo bastante reduzido o número daquelas estabelecidas com um sentido de permanência ou de maior impacto. O espaço assemelhar-se-ia à tela proverbial esperando pela tinta da história humana. Neste aspecto, as alternativas eram infinitas. Entretanto, cada objeto permanece na paisagem, cada campo cultivado, cada caminho aberto, poço de mina ou represa constitui uma objetificação concreta de uma sociedade e de seus termos de existência. As gerações vindouras não podem deixar de levar em conta essas formas. As cidades e as redes de transportes dos tempos modernos testemunham tal herança, que se interpõe no curso do futuro.
(SANTOS, Milton. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1992. p. 54.)
Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.
I) Na paisagem produzida pelas sociedades, coexistem temporalidades distintas que se manifestam na diversidade de formas e de artefatos. II) O aumento da densidade das paisagens faz com que as sociedades humanas percam a possibilidade de legar registros concretos de seus termos de existência. III) Formas e objetos socialmente criados e dispostos no espaço têm papel ativo, pois facilitam ou inibem transformações sociais. IV) Para as futuras gerações, a paisagem assemelhar-se-á a uma tela em branco esperando pela tinta da história humana.
Estão corretas apenas as afirmativas:
“A ontogenia e a evolução são fenômenos totalmente diferentes, tanto em seu operar como em suas consequências. Na ontogenia, como história da transformação de uma unidade, a identidade da unidade – qualquer que seja o espaço em que exista – jamais se interrompe. Na evolução, como processo de troca histórico, existe uma sucessão de identidades geradas por reprodução sequencial que formam uma rede histórica [...]. Portanto, é impróprio falar de evolução do universo, ou da evolução química da terra; se deveria falar de ontogenia do universo, ou de história química da terra. [...] Ainda assim, existe evolução biológica somente quando há reprodução sequencial dos sistemas vivos; se antes disso houve sistemas autopoiéticos não-reprodutores, estes não evoluíram, e somente houve a história de suas diferentes ontogenias.”
(MATURANA, Humberto Romesin; VARELA, Francisco J. García. De máquinas e seres vivos: Autopoiese – a organização do vivo. 3ª. ed. Porto Alegre: Artmed, 1997. p. 99-100.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
Além dos tempos metafísico, físico-matemático, biológico e psicológico, há um tempo sociocultural. Dentre suas características, destaca-se o fato de que ele não ocorre simultaneamente em diferentes sociedades, mas é indispensável para a vida social, pois permite coordenar e sincronizar práticas socioculturais necessárias à reprodução das sociedades.
(Adaptado de: SOROKIN, P. A. In: CARDOSO, F. H.; IANNI, O. (Orgs). Homem e Sociedade. 13. ed. São Paulo: Nacional, 1983. p. 231.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir.
I. O tempo sociocultural é infinitamente divisívele esta possibilidade é tanto mais verdadeiraquanto menos intensa em acontecimentos fora sociedade.
II. Harmonizar temporalmente o comportamentode qualquer grupo, em qualquer tempo elugar, é fundamental para a vida social.
III. O tempo na sociedade moderna, comparadoao tempo das comunidades tribais, diferencia-sepela intensidade do ritmo dosacontecimentos socioculturais.
IV. O tempo sociocultural, no seu transcorrer, éagente criador e transformador de processossocioculturais.
Estão corretas apenas as afirmativas:
Para o povo Nuer, que vive na região centro-oeste da África,
“[...] o relógio diário é o gado, o círculo das tarefas pastoris, fundamentalmente a sucessão de tarefas e suas relações mútuas. Assim, se as atividades dependem dos corpos celestes e das mudanças físicas, estas só são significativas em relação às atividades sociais. [...] Tudo isso é corroborado pela falta de um termo ou de uma expressão equivalente ao vocábulo ‘tempo’, encontrado nos idiomas ocidentais. Desse modo, não há como falar de tempo como algo concreto, que pode ser perdido, economizado e assim por diante.”
(PRITCHARD, E. E. Evans. In: SCHWARZ, Lilia. “Falando sobre o Tempo”. Revista Sexta-Feira, n. 5, p. 17. São Paulo: Hedra, 2000.)
Sobre as noções de tempo, é correto afirmar:
Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada para os gozos da vida; a liberdade e o amor; tentar da glória a etérea e altívola escalada, na eterna aspiração de um sonho superior...
[...]
Ser mulher, e, oh! atroz, tantálica tristeza! ficar na vida qual uma águia inerte, presa nos pesados grilhões dos preceitos sociais!
(MACHADO, Gilka. Ser Mulher. In: Poesias completas: Rio de Janeiro: FUNARJ, 1991. p. 106.)
De acordo com o IBGE, entre 1976 e 2002, a participação das mulheres na população economicamente ativa passou de 29% para 43%, embora a proporção daquelas empregadas formalmente não tenha aumentado significativamente. Essa situação não é peculiar ao Brasil, pois em termos mundiais, predomina a participação feminina no setor de serviços.
Com base nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que o poema e o texto:
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