PUC-RS 2010 Português - Questões
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Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência (01) (06). Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo tiveram mais pressão evolutiva favorável. Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, (07) mas o medo está longe de desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito que servia na época em que nos encontrávamos com um leão enquanto trazíamos água do rio (02) (08). A diferença é que agora carregamos carteiras (03) e andamos pelas ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele atalho deserto à meia-noite é baseada em um medo racional que promove a sobrevivência. Na verdade, o que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes (09). A maioria de nós jamais esteve perto da peste Bubônica (10) (epidemia que atacou a Europa na época medieval), mas nosso coração para ao vermos um rato (04). Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo (11). O ser humano pode ter o dom da antecipação (13), o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: coisas que ouvimos, lemos ou vemos na TV. A maioria de nós nunca vivenciou um acidente de avião, mas isso não nos impede de (05) sentar em um avião e agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real. (12)
Isso também é um benefício obtido com a evolução.
Disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1 .htm Acesso em: 01 set. 2009. (Adaptado.)
A questão para a qual o texto não apresenta resposta é
Para os povos modernos, mito e História são considerados duas coisas distintas. (05) Para o dito homem primitivo,(06) porém,(06) ambos pertencem __________ (01) mesma esfera: (08) a salvaguarda da memória. “A mitologia possui um profundo significado para o ato de recordação. Um mito contém a História que é preservada na memória popular e que ajuda a trazer ___________ (02) vida camadas enterradas nas profundezas do espírito humano”, afirma o filósofo russo Nicolai Berdyaev (1874-1948). Em Mito e significado, Lévi-Strauss defende que nossa atual maneira de registrar o passado é simplesmente uma continuação do sistema anterior. “Não me parece improvável que a História tenha substituído ____________ (03) mitologia nas nossas sociedades e cumpra uma função idêntica, (07) já que,(07) para as sociedades sem escrita e sem arquivos, a finalidade da mitologia é garantir que o futuro permaneça fiel ao passado.” Nas culturas tradicionais, lembra o mitólogo J. F. Bierlein, tudo o que acontece na vida das pessoas é apenas ______________ (04) repetição de eventos que ocorreram nos mitos. Nesses contextos, a História (11), (13)de acordo com o sentido atual da palavra — (09) atos específicos e únicos de pessoas vivas e mortas — (10) , (12)pode até ser abolida, por que o mito é percebido como infinitamente mais significativo do que qualquer experiência humana. Para o antropólogo Everardo Rocha, “o mito é, sobretudo, uma forma de consolo coletivo. É por meio dele que o homem busca uma origem para si, para sua cultura e para seu possível destino após a morte. A maioria dos mitos, se reduzida à essência, trata de vida, morte, nascimento e renovação. São as grandes questões sem resposta para a humanidade, por isso se repetem”.
Revista Galileu. março 2004. p. 49-50. (Fragmento adaptado.)
Para responder à questão, relacione as ideias aos respectivos autores, numerando os parênteses.
1.Nicolai Berdyaev
2.Lévi-Strauss
3.J. F. Bierlein
4.Everardo Rocha
($\quad$) Alguns povos valorizam mais seus mitos do que os registros históricos.
($\quad$) Mitologia e História desempenham papel comum: o de manter viva a memória.
($\quad$) Mesmo prescindindo de registros escritos, é possível a uma sociedade manter sua memória.
($\quad$) Os mitos estão impregnados da memória coletiva dos povos.
($\quad$) É por meio dos mitos que a humanidade busca resolver seus dilemas existenciais.
A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo é
Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência (01) (06). Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo tiveram mais pressão evolutiva favorável. Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, (07) mas o medo está longe de desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito que servia na época em que nos encontrávamos com um leão enquanto trazíamos água do rio (02) (08). A diferença é que agora carregamos carteiras (03) e andamos pelas ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele atalho deserto à meia-noite é baseada em um medo racional que promove a sobrevivência. Na verdade, o que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes (09). A maioria de nós jamais esteve perto da peste Bubônica (10) (epidemia que atacou a Europa na época medieval), mas nosso coração para ao vermos um rato (04). Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo (11). O ser humano pode ter o dom da antecipação (13), o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: coisas que ouvimos, lemos ou vemos na TV. A maioria de nós nunca vivenciou um acidente de avião, mas isso não nos impede de (05) sentar em um avião e agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real. (12)
Isso também é um benefício obtido com a evolução.
Disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1 .htm Acesso em: 01 set. 2009. (Adaptado.)
A oração que não poderia ser inserida na sequência indicada, por trazer prejuízo à clareza e/ou à estrutura do período, é
Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência (01) (06). Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo tiveram mais pressão evolutiva favorável. Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, (07) mas o medo está longe de desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito que servia na época em que nos encontrávamos com um leão enquanto trazíamos água do rio (02) (08). A diferença é que agora carregamos carteiras (03) e andamos pelas ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele atalho deserto à meia-noite é baseada em um medo racional que promove a sobrevivência. Na verdade, o que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes (09). A maioria de nós jamais esteve perto da peste Bubônica (10) (epidemia que atacou a Europa na época medieval), mas nosso coração para ao vermos um rato (04). Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo (11). O ser humano pode ter o dom da antecipação (13), o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: coisas que ouvimos, lemos ou vemos na TV. A maioria de nós nunca vivenciou um acidente de avião, mas isso não nos impede de (05) sentar em um avião e agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real. (12)
Isso também é um benefício obtido com a evolução.
Disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1 .htm Acesso em: 01 set. 2009. (Adaptado.)
Para responder, relacione as palavras/expressões destacadas às funções apresentadas após, numerando os parênteses.
I. “Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência. ” (06)
II. “Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, …” (07)
III. “...na época em que nos encontrávamos com um leão enquanto trazíamos água do rio. ” (08)
IV. “...e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes. ” (09)
V. “A maioria de nós jamais esteve perto da peste bubônica...” (10)
VI. “Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo. ” (11)
VII. “A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real. ” (12)
($\quad$) Liga o passado ao presente através da ideia de continuidade.
($\quad$) Indica uma negação de um fato do passado.
($\quad$) Vincula duas ações concomitantes.
($\quad$) Menciona um item já pertencente a um grupo.
($\quad$) Indica uma situação hipotética.
A sequência correta de cima para baixo é
A coragem (...) só se torna uma virtude (11) quando a serviço de outrem ou de uma causa geral e generosa. Como traço de caráter, a coragem é, sobretudo, uma fraca sensibilidade ao medo, seja por ele ser pouco sentido, seja por ser bem suportado, ou até provocar prazer. É a coragem dos estouvados, dos brigões ou dos impávidos (08), a coragem dos “durões”, como se diz em nossos filmes policiais, e todos sabem que a virtude (02) pode não ter nada a ver com ela.
Isso quer dizer que ela (01) é, do ponto de vista moral, totalmente indiferente? Não é tão simples assim. Mesmo numa situação em que eu (03) agiria apenas por egoísmo (09), pode-se estimar que a ação generosa (18) (por exemplo, o combate contra um agressor, em vez da súplica) manifestará maior domínio, maior dignidade (12), maior liberdade (13), qualidades (14) moralmente significativas e que darão à coragem, como que por retroação, algo (05) de seu valor: sem ser sempre moral, em sua essência, a coragem é aquilo sem o que, não há dúvida, qualquer moral seria impossível ou sem efeito. Alguém (04) que se entregasse totalmente ao medo que lugar poderia deixar aos seus deveres? (...) O medo é egoísta. A covardia é egoísta. (...) Como virtude, ao contrário, a coragem supõe sempre uma forma de desinteresse (07) (16), de altruísmo (07) (10) ou de generosidade (07) (15). Ela não exclui, sem dúvida, uma certa insensibilidade (17) ao medo, até mesmo um gosto por ele. Mas não os (06) supõe necessariamente. Essa coragem não é a ausência do medo, é a capacidade de superá-lo, quando ele existe, por uma vontade mais forte e mais generosa. Já não é (ou já não é apenas) fisiologia, é força de alma, diante do perigo. Já não é uma paixão, é uma virtude, é a condição de todas. Já não é a coragem dos durões, é a coragem dos doces, e dos heróis.
André Comte-Sponville. Pequeno tratado das grandes virtudes. p. 55 a 57. (Adaptado.)
Neste fragmento, o autor pretende esclarecer ao leitor que
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