Leia o texto a seguir.
Rigorosamente falando, não existe exclusão: existe contradição, existem vítimas de processos sociais, políticos e econômicos excludentes; existe o conflito pelo qual a vítima dos processos excludentes proclama seu inconformismo, seu mal-estar, sua revolta, sua esperança, sua força reivindicativa e sua reivindicação corrosiva. Temos de admitir que a ideia de exclusão é pobre e insuficiente. Ela nos lança na cilada de discutir o que não está acontecendo exatamente como sugerimos, impedindo-nos, portanto, de discutir o que de fato acontece: discutimos a exclusão e por isso, deixamos de discutir as formas pobres, insuficientes e, às vezes, até indecentes de inclusão.
(Adaptado de: MARTINS, J. S. Exclusão social e a nova desigualdade. 3.ed. São Paulo: Paulus, 1997. p.14.)
Embora o termo exclusão social seja bastante difundido nas ciências e na imprensa, o sociólogo brasileiro José de Souza Martins o critica.
A partir do texto, responda aos itens a seguir.
a) Explique por que, para Martins, não existe propriamente exclusão social.
b) Cite quatro exemplos de situações que, segundo Martins, constituem "formas pobres, insuficientes e, às vezes, até indecentes de inclusão".