Leia o fragmento a seguir, de Sobrados e Mucambos, de 1936, do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre.

Os engenhos, lugares santos donde outrora ninguém se aproximava senão na ponta dos pés e para pedir alguma coisa — pedir asilo, pedir voto, pedir moça em casamento, pedir esmola para a festa da igreja, pedir comida — deram para ser invadidos por agentes de cobrança, representantes de uma instituição arrogante da cidade — o Banco — quase tão desprestigiadora da majestade das casas-grandes quanto a polícia. Houve senhores que esmagados pelas hipotecas e pelas dívidas encontraram amparo no filho ou no genro, deputado, ministro, funcionário público. O Estado foi afinal o “grande asilo das fortunas desbaratadas da escravidão”.

Adaptado de: FREYRE, G. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento urbano. 14ª ed. São Paulo: Global, 2003. pp.121-123.

Com base no texto e nos conhecimentos sociológicos sobre o Brasil, cite, no mínimo, três características da descrição de Freyre a respeito do processo de modernização que se instalou no País.