“As inovações técnicas ocorridas durante e logo após a Primeira Guerra assentaram as bases da eletrônica, multiplicando o potencial de recursos já existentes mas ainda muito limitados, como o cinema, o rádio e o fonógrafo. (...) Nos anos 30 se difunde a criatura-chave do século XX – a televisão. (...) Subsistem ainda elementos da cultura popular, que são metodicamente selecionados e incorporados pela indústria do entretenimento, mas eles estão descontextualizados, neutralizados e encapsulados em doses metódicas, para uso moderado, nas horas apropriadas.”

(SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 75-79.)

Leia as letras das músicas a seguir.

Música A

Quem não conhece / o anoitecer lá na róça / da porta duma paióça / vendo a mata escurecê / a lua cheia / vem lá por tráis do cerrado / espiando os namorado / procurando se escondê.

Quem não escuita / o galo do terreiro / Ele canta no puleiro / vendo o dia clariá / os camarada / põem a cana na moenda / o carreiro da fazenda / sai pra roça carriá.

Quem não conhece / uma cabocla bonita / com seu vestido de chita / uma noite de São João / quem não conhece / um regato soluçando / um munjolo que maiando / no peito da solidão.

(Música “Meu Sertão”, de Tinoco, Zé Lopes e Nhô Crispim.)

Música B

Em vez de você ficar pensando nele / em vez de você viver chorando por ele / pense em mim / chore por mim / liga pra mim / não, não liga pra ele / pra ele, não chore por ele.

Se lembre que eu há muito tempo te amo / te amo, te amo / e quero fazer você feliz / vamos pegar o primeiro avião / com destino à felicidade / a felicidade pra mim é você.

(Música “Pense em mim”, de Douglas Maio, José Ribeiro e Mário Soares.)

Com base no texto e na comparação das músicas, assinale a alternativa que apresenta as transformações ocorridas na chamada “música de raiz”, a partir da sua apropriação pela indústria cultural: