Desde os anos 70, quando os partidos verdes começaram a despontar na Europa e o Greenpeace surgiu para protestar contra testes nucleares, o movimento ambientalista nunca foi seriamente questionado em sua sacrossanta missão de salvar a Terra. Nem havia por quê: os dados da tragédia — florestas desaparecendo, espécies se extinguindo a rodo e os mares subindo devido ao efeito estufa — pipocam nos noticiários para dizer que a humanidade está destruindo o planeta. Ninguém em sã consciência (salvo um ou outro presidente dos EUA) poderia ser contra os cuidados com a combalida saúde global.
Nada mais normal, portanto, do que reagir com incredulidade a qualquer um que venha dizer que o planeta nunca esteve tão bem, obrigado, e que um futuro radiante aguarda a humanidade, mesmo depois de todos os seus pecados contra a Mãe Natureza. Mas é justamente disso que o dinamarquês Bjorn Lomborg tenta (e, até certo ponto, consegue) convencer o leitor em The Skeptical Environmentalist. As coisas estão melhorando. E o fim do mundo não está próximo.
O livro de Lomborg cumpre a saudável tarefa de destoar ao dessacralizar as ONGs ecológicas. Ao caracterizá-las — não sem um certo exagero — como mais um grupo de lobby brigando por verbas, o autor quebra um tabu e abre um debate que, para a maior parte das pessoas, ainda soa algo herético. (...)
(ANGELO, Claudio. Folha de S. Paulo, 26 jun. 2001. Caderno Mais!)
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