34 UEL 2001 - Português
Sobre o romance
Recordações do Escrivão Isaías Caminha
, de Lima Barreto, é correto afirmar:
É uma obra memorialista, cujo narrador-personagem, Isaías Caminha, já idoso e desacreditado, decide relatar, de modo saudosista, os momentos de glória de sua carreira jornalística no jornal O Globo, durante sua juventude.
Constitui, juntamente com o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, do mesmo autor, uma obra de análise social, cujo tema principal é a crítica ao sistema político do início do século XX, pautado na corrupção e no empreguismo.
É, ao lado de Macunaíma, de Mário de Andrade, e de Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade, uma das principais obras do Modernismo brasileiro da década de 20, adotando muitas das inovações estéticas propostas pelos modernistas, como a desestruturação do enredo, a linguagem coloquial e a aproximação entre prosa e poesia.
Pode ser considerado uma obra neonaturalista, pois a conduta do protagonista Isaías Caminha transforma-se radicalmente a partir do momento em que ele passa a viver dentro do mundo jornalístico, já que, de rapaz tímido e sério, vindo do interior, transforma-se em um homem interesseiro e sem escrúpulos, cujo objetivo maior é obter espaço dentro da imprensa carioca.
É uma obra que, através do relato memorialista do narrador-personagem, expõe, de forma realista e crítica, a existência, no Rio de Janeiro do início do século XX, de uma sociedade classista e preconceituosa, alimentada por uma imprensa bajuladora e de conveniência, igualmente medíocre.
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