À margem de uma fonte, que corria,

Lira doce dos pássaros cantores

A bela ocasião das minhas dores

Dormindo estava ao despertar do dia.

Mas como dorme Sílvia, não vestia

O céu seus horizontes de mil cores;

Dominava o silêncio entre as flores,

Calava o mar, e rio não se ouvia.

Não dão o parabém à nova Aurora

Flores canoras, pássaros fragrantes,

Nem seu âmbar respira a rica Flora.

Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,

Tudo a Sílvia festeja, tudo adora

Aves cheirosas, flores ressonantes.

(Poemas escolhidos, 2010.)

No soneto, a seguinte expressão é empregada pelo eu lírico em lugar de sua musa Sílvia: