Nem médico compreende letra de colega

Nem mesmo os médicos conseguem, muitas vezes, entender o diagnóstico escrito pelos colegas durante o atendimento a pacientes. É isso que mostra uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O estudo comparou prontuários médicos e comprovou que a letra ilegível impede que médicos da mesma especialidade cheguem a um diagnóstico igual sobre o quadro clínico do paciente.

A pesquisa foi tese de mestrado do fisioterapeuta Maurício Merino Nunes, do Departamento de Informática em Saúde. Ele avaliou o grau de entendimento de prontuários feitos por médicos ortopedistas do grupo de joelho do Cete (Centro de Traumatologia do Esporte) da Unifesp.

O prontuário deve ser compreendido por outros profissionais para que seja possível dar continuidade ao tratamento de um paciente. “Se o médico não tem a informação adequada, existe a possibilidade de não fazer o tratamento correto”, afirmou Nunes, autor da tese. A legibilidade dos prontuários médicos é exigida no código de ética da profissão.

A ilegibilidade da letra do médico pode acarretar uma advertência ao profissional. A necessidade de o prontuário ser compreensível faz parte do Código de Ética Médica e de uma resolução do Conselho Federal de Medicina.

(Folha de S.Paulo, 09.07.2005. Adaptado.)

De acordo com o texto, a caligrafia dos médicos