Machado de Assis guarda com Alencar uma relação de continuidade e, ao mesmo tempo, de descontinuidade; esta última relação é chave em seu método. Para Alencar, a sociedade é uma extensão da natureza, e ambas constituem um continuum em que o que possa ocorrer no social contrário à natureza (entendida a natureza como aquilo que a ideologia diz que ela é, quer dizer, a qualidade natural dos valores, das relações e caráter das pessoas segundo o modelo vigente em certa ordem social) será sempre “injusto” e “antinatural”. De modo que o enredo romanesco em Alencar dá os saltos necessários para aquela adequação, a fim de que a distância seja superada e o que é socialmente bom segundo certa ética e certa moral, o seja com a aprovação da “verdade natural”. Isto é, Alencar não sai do âmbito da ideologia, e seu texto está sempre a autorizá-la e a escamotear suas fissuras.
(Alfredo Bosi e outros. Machado de Assis.)
Considerando que Machado de Assis guarda com José de Alencar uma relação de descontinuidade, pode-se afirmar corretamente que