O Menino da Porteira

Toda a vez que eu viajava

Pela estrada de Ouro Fino,

De longe eu avistava

A figura de um menino,

Que corria abri[r] a porteira

Depois vinha me pedindo:

— Toque o berrante, seu moço,

Que é p’ra mim ficá[ar] ouvindo.

[...]

(Luisinho, Limeira e Zezinha, 1955.)

Meu bem querer

Meu bem-querer

É segredo, é sagrado,

Está sacramentado

Em meu coração.

Meu bem-querer

Tem um quê de pecado

Acariciado pela emoção.

Meu bem-querer, meu encanto,

Tô sofrendo tanto, amor.

E o que é o sofrer

Para mim, que estou

Jurado p’ra morrer de amor?

(Djavan. Alumbramento. Emi-Odeon. 1980.)

Na última estrofe de Meu bem-querer, o personagem pergunta-se: “E o que é o sofrer / Para mim, que estou / Jurado p’ra morrer de amor?”. Nota-se uma diferença nos sentimentos: o "sofrimento amoroso", no primeiro verso, e a "sentença de morte, por amor", no terceiro verso. O sentimento contido no primeiro verso, em relação ao contido no terceiro, é