Bactéria transgênica pode limpar água com mercúrio, diz estudo. Segundo a ONU, 6 mil toneladas de mercúrio vertem anualmente em rios. Solução facilitaria limpeza de áreas contaminadas com este metal.
Bactérias transgênicas que suportam altas doses de mercúrio poderiam sanear seu entorno, facilitando a limpeza de áreas contaminadas com este metal, afirmam cientistas da Universidade Interamericana do Porto Rico. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), anualmente, a indústria química e a mineração vertem 6.000 toneladas de mercúrio no ambiente. Esse metal, que pode entrar na cadeia alimentar, é muito tóxico, sobretudo na forma de metilmercúrio, para humanos e animais. Oscar Ruiz e seus colegas da Universidade Interamericana do Porto Rico consideram que as bactérias transgênicas que criaram são "uma alternativa” às custosas técnicas de descontaminação adotadas atualmente. Capazes de proliferar em uma solução contendo 24 vezes a dose mortal de mercúrio para bactérias não resistentes, as cepas transgênicas conseguiram absorver em cinco dias 80% do mercúrio contido no líquido, segundo estudo publicado em Londres pela BMC Biotechnology, revista científica que pode ser consultada gratuitamente na internet. As bactérias "Escherichia coli" se tornaram resistentes a altas concentrações de mercúrio, graças à inserção de um gene que permite a elas produzir metalotioneína, proteína que desempenha um papel de desintoxicação no organismo de ratos. Trata-se, segundo os cientistas, do “primeiro estudo” que prova que a metalotioneína "garante uma resistência ao mercúrio e permite sua acumulação na bactéria”, que o absorve. O mercúrio recuperado pelas bactérias nas áreas contaminadas poderia ser utilizado em novas aplicações industriais, segundo a equipe de cientistas. As bactérias transgênicas demonstraram, no estudo, ser capazes de extrair mercúrio de um líquido, de forma que "a primeira e principal aplicação poderia ser recuperar
O mercúrio na água e em outros líquidos”, explicou Ruiz. Não se descarta seu uso a longo prazo para a descontaminação. "Temos ideias de como poderia funcionar”, afirmou Ruiz, convencido de que seria mais barato que os sistemas atuais.
(Portal de notícias G1 - Da France Presse - 18/08/2011 13h06).
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I. Na célula, o mercúrio pode causar a inativação de várias enzimas, proteínas estruturais ou processos de transporte. O mercúrio se liga a cisteína por ter afinidade à sulfidrila deste aminoácido.
II. Escherichia coli é um bacilo que recentemente foi indicado como responsável pelo grande número de mortes causadas na Europa. Apesar dos problemas causados, essa é uma bactéria muito comum no intestino humano, sendo causadora de patologias quando se dissemina em outros órgãos ou pela infecção com cepas diferentes daquelas normais do indivíduo.
III. O gene que codifica a metalotioneína foi inserido no núcleo da bactéria Escherichia coli.
IV. Escherichia coli é um vilão ambiental, apresentando apenas aspectos negativos aos organismos vivos.