Texto II

Infância

(45)(29)Meu pai montava a cavalo(30)(46), ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo(17).

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

(05)lia a história de Robinson Crusoé(06), (33)(19)comprida(18) história

que não acaba mais(20)(34).

(43)(15)No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

(07)a ninar(44) nos longes da senzala(08)(16) - e nunca mais se

[esqueceu

(23)chamava para o café(24).

(41)(01)Café preto que nem a preta velha(02)(42)

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

(25)Para o berço onde pousou um mosquito(26).

(39)(31)E dava um suspiro... que fundo!(32)(40)

(27)Lã longe meu pai campeava(28)

(11)no mato sem fim da fazenda(12).

(35)(13)E eu não sabia que minha história(14)(36)

(37)(21)(09)(03)era mais bonita que a de Robinson Crusoé(04)(10)(22)(38).

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. p.53-4.

Observe o período abaixo.

"comprida história que não acaba mais." (33)(34)

Assinale a opção em que se encontra a mesma classe gramatical da palavra destacada acima.