TEXTO 1
A prática de fazer nada
Há 10 anos, Marcelo Bohrer, 40 anos, criou um movimento que, atualmente, é considerado absolutamente inovador: o nadismo. Em parques de Porto Alegre, convidava pessoas a se juntar a ele para fazer absolutamente nada por um período de cerca de uma hora. A proposta era trazer um colchão e apreciar a vista, pensar, deixar o pensamento livre, (11) sem nenhuma técnica ou regra. É “freestyle” (07), como ele define.
- Há um tempo, as pessoas achavam estranho, não levavam a sério. Mas o dia a dia está sempre mais intenso. (01) As empresas já (05) têm programas de prevenção de estresse e estão vendo como a pausa é importante para a saúde - diz.
No Brasil, há opções (12) de turismo que já (06) consideram o valor dessa “parada” (08). Em São Paulo, na cidade de Serra Negra, a pousada Shangri La reserva um espaço que se destina aos que querem praticar o nadismo por alguns dias. Zero agitação por lá. O local é perfeito para olhar as montanhas e tem uma vista espetacular.
(13) Sirlene Terenciani, 51 anos, é proprietária do lugar há 19 anos e diz que o público que busca o ambiente é composto principalmente por médicos, advogados e profissionais que têm uma rotina corrida. A preocupação com o bem-estar mental e emocional leva os clientes até a pousada.
– Aqui a pessoa se dá o direito de fazer nada, contemplar a montanha. O foco é descansar, praticar nadismo mesmo. É isso que elas querem, tanto que me dizem: não tire o nadismo daqui - relata, bem-humorada.
Depois de cumprir a agenda da manhã e da tarde, o advogado Tarcisio Carneiro, 42 anos, coloca o celular no silencioso, ignora ligações e e-mails (14) e se acomoda em um canto do escritório no bairro Petrópolis, na Capital. (09)
Há cerca de 10 anos, ele leu sobre o nadismo e os benefícios de tirar um tempinho (03) para descansar a mente durante a rotina frenética (02) do dia a dia. Quando ouviu falar, não deu muita atenção. Mas, em 2010, passou a priorizar essa parada (04) na rotina. (10)
- É isso que mantém minha sanidade. Fico literalmente contemplando a vista lá fora, o que está passando pela rua, e deixo minha mente vagar, sem pensar em nada próximo da minha realidade. É meu momento relax que ajudou na minha ansiedade, insônia e que recarrega as minhas energias - explica.
(Adaptado de: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/. Acesso em 02 abr. 2016.)
Analise as afirmativas sobre os sentidos e os aspectos linguísticos e discursivos do texto 1.
I) A expressão “mais intenso” (01) está para “frenética” (02), assim como “tirar um tempinho” (03) está para “parada” (04).
II) As duas ocorrências de “já” (05) e (06) estabelecem uma relação de causa e efeito entre a “prática do fazer nada” e a preocupação com o bem-estar das pessoas.
III) As palavras entre aspas (07) e (08) marcam a posição irônica do autor em relação ao discurso dos entrevistados.
Está/Estão correta (s) a (s) afirmativa (s)