Para responder à questão 31, leia a crônica Um pouco de silêncio, de Lya Luft, e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade. Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. (...). Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho. Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo - ou em trilhas determinadas - feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação. Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma. Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém - como se a amizade ou o amor se arrumasse em loja. (...) Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Pensamos logo em depressão: quem sabe terapia e antidepressivos? Uma criança que não brinca ou salta ou participa de atividades frenéticas está com algum problema. O silêncio assusta-nos por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se observa outro ângulo de nós mesmos. (...) O silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de vermos quem - ou o que - somos, adiamos o confronto com a nossa alma sem máscaras. Mas, se aprendermos a gostar um pouco de sossego, descobrimos - em nós e no outro - regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente negativas. Nunca esqueci a experiência de quando alguém me pôs a mão no meu ombro de criança e disse: - Fica quietinha um momento só, escuta a chuva a chegar. (...) Então, por favor, deem-me isso: um pouco de silêncio bom, para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito para além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.
() No excerto, é possível perceber a crítica da autora ao isolamento de certos indivíduos, que não conseguem viver em comunidade.
() A crônica tem um caráter pedagógico, uma vez que faz um alerta sobre crianças com problemas de socialização, que não brincam, não pulam, não se divertem juntamente às demais.
() A autora insinua, em diferentes momentos do texto, a extrema preocupação que as pessoas têm com a opinião dos outros.
() A narradora associa o silêncio com a capacidade de reflexão ao olhar para si mesmo.
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é