TEXTO 1

Analfabetismo funcional

A condição de analfabeto (14) funcional aplica-se a indivíduos que, mesmo capazes de identificar letras e números, não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas mais elaboradas. Tal condição limita severamente o desenvolvimento pessoal e profissional. [...]

Uma variação do analfabetismo funcional parece estar presente no topo da pirâmide corporativa e na academia. Em uma longa série de entrevistas realizadas (22) por este escriba (31), nos últimos cinco anos, com diretores de grandes empresas locais, uma queixa revelou-se rotineira (23) _____________ (01) a muitos profissionais da média gerência a capacidade de interpretar de forma sistemática situações de trabalho, relacionar devidamente causas e efeitos, encontrar soluções e comunicá-las de forma estruturada. Não se trata apenas de usar corretamente o vernáculo (06), mas (26) de saber tratar informações e dados de maneira lógica e expressar ideias e proposições de forma inteligível, com começo, meio e fim. Na academia, o cenário não é menos preocupante. Colegas professores, com atuação em administração de empresas, frequentemente reclamam de pupilos (07) incapazes de criar parágrafos coerentes e expressar suas ideias com clareza. A dificuldade afeta alunos de MBAs, mestrandos e mesmo doutorandos. Editores de periódicos científicos da mesma área frequentemente deploram a enorme quantidade de manuscritos vazios, herméticos (16) e incoerentes(08) recebidos para publicação. E frequentemente seus autores são pós-doutores! O problema não é exclusivamente tropical. Michael Skapinker registrou recentemente em sua coluna no jornal inglês Financial Times a história de um professor de uma renomada universidade norte-americana. O tal (18) mestre acreditava que escrever com clareza constitui habilidade relevante para seus alunos, futuros administradores e advogados. Passava-lhes, semanalmente, a tarefa de escrever um texto curto, o qual corrigia, avaliando a capacidade analítica dos autores. Pois (27) a atividade causou tal (19) revolta que o diretor da instituição solicitou ao professor torná-la facultativa. (20) (24). Os alunos parecem acreditar que, em um mundo no qual a comunicação se dá por mensagens eletrônicas e tuítes, escrever com clareza não é mais importante. [...]. Por aqui, vivemos uma situação curiosa: (25) de um lado, cresce a demanda por análises (15) e raciocínios sofisticados e complexos. E, de outro, ____________ (02) competências básicas relacionadas ao pensamento analítico e à articulação de ideias. O resultado é ora constrangedor, ora (28) cômico. Nas empresas, muitos profissionais parecem tentar tapar o sol com uma peneira de powerpoints, (04) abarrotados de informação (09) e vazios de sentido. (10). Na academia, _____________ (03) textos caudalosos, (11). Impenetráveis (17) e ocos (05). / (13). Se (29) aprender a escrever é (12) aprender a pensar, e escrever for mesmo uma atividade em declínio, então (30) talvez estejamos rumando céleres (21) à condição de invertebrados intelectuais. (13)

(WOOD JR, Thomaz. Analfabetismo funcional. (fragmento adaptado). In: http://www.cartacapital.com.br/ revista/758/analfabetismo-funcional-6202.html, publicado em 24/7/2013.)

  1. I) Na empresa há queixa da escassez de profissionais para a gerência.

  2. II) Tanto na empresa quanto na academia, há profissionais que se expressam de forma ininteligível.

  3. III) Se, nas empresas, os profissionais tentam “tapar o sol com uma peneira de powerpoints” (04), na academia isso é feito com “textos caudalosos, impenetráveis e ocos” (05) .

Tem (Têm) suporte no texto a (s) afirmativa (s)