Inefável
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
A cavalgada
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
Para responder à questão, analise as afirmações sobre os poemas anteriores e numere os parênteses, de acordo com o seguinte código:
1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2.Caracteriza apenas o poema Inefável.
3.Caracteriza os dois poemas.
4.Não caracteriza nenhum dos poemas.
() Soneto com versos livres.
() Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
() Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
() Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é