Para responder à questão, leia o excerto a seguir, de Clarice Lispector.
Sei que há moças que vendem o corpo, única posse real, em troca de um bom jantar em vez de um sanduíche de mortadela. Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás - descubro eu agora - também eu não faço a menor falta, e até o que escrevo um outro escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas. Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não existiriam. Poucas se queixam e ao que eu saiba nenhuma reclama por não saber a quem. Esse quem será que existe?
Com base no excerto e em seu contexto, preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.
() O trecho é representativo da obra de Clarice Lispector, escritora preocupada com os sentidos simbólicos do texto, com um aprofundamento do mundo interior dos personagens, apresentando um caráter intimista e introspectivo, sem revelar, contudo, preocupação social.
() A personagem é desenhada pelo narrador com uma pequeneza desconcertante. Suas características são acentuadas por uma série de impeditivos a suas possibilidades profissionais e pessoais.
() Assumindo o trabalho da escrita e revelando suas técnicas narrativas, o narrador equipara-se à personagem principal no que diz respeito a uma certa insignificância e descartabilidade do indivíduo contemporâneo.
() O nome desta conhecida personagem da literatura brasileira, protagonista de A hora da estrela, é Macabéa.
() São também obras de Clarice Lispector: As parceiras, O rio do meio e ExíIío.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é