Não tive acesso ao conteúdo do livro (28) “Por uma vida melhor”, apenas a pequenos (28) trechos. Portanto (13)(23), falo (14) com base em informações e opiniões de terceiros. Nessa perspectiva (15), vejo como positivo o debate que a abordagem pouco ortodoxa (29) dos autores desencadeou (16), pondo fogo (30) a um tema em geral tido como irrelevante: a língua materna em uso (01) . Entretanto, um trecho da obra (03) me preocupou, e destaco (35) “Posso falar ‘os livro’?” “Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico (02)". Para começar (11), pedir licença para falar de um determinado jeito é um tiro no pé (05) (31) da tese defendida em “Por uma vida melhor”. Porque pedir licença, neste contexto (40), é reconhecer o poder do outro sobre nós (04) (36) - o que parece ser exatamente o contrário do que os autores pregam. Além disso, a resposta “Claro que pode” é inócua: o aluno tanto sabe que pode que usa (24) essa concordância rotineiramente. O problema maior, bem mais sutil e muito mais (41) complicado, porém (12) , está na segunda parte (42) da fala (06).
Agir livre de preconceito, o oposto de fazer alguém “vítima de preconceito”, implica não só aceitar as pessoas como são, mas também (25) acreditar que todos sejam capazes de evoluir por méritos próprios. Ao afirmar (26) que a modalidade “permitida” pode vitimizar quem a utiliza - pela ação do “outro (37) ameaçador” (07) -, os autores estão deslocando o foco (32) da importância de construir conhecimento (08) de modo autônomo e reflexivo (09)(18) e enfatizando (33) o julgamento alheio, novamente (17) reforçando o preconceito. Ora(27), aula de língua materna é aula de cidadania, e ninguém se torna cidadão por receio (43) do “outro ameaçador”. O aluno (20) (38) deve ter oportunidade de conhecer e desenvolver (34) múltiplas linguagens porque assim (19) ele poderá (44) expressar ideias e sentimentos com mais autonomia. E, talvez (21), com menos preconceito (22). Tudo (39) isso pode parecer muito sutil, mas a linguagem é feita de sutilezas, para o bem ou para o mal(10).
(Marisa M. Smith. PUCRS, Notícias FALE, junho, 2011.)
Para responder à questão, analise as possibilidades de deslocamento de certos termos do texto. Desconsidere o uso de maiúsculas.
1.“Portanto” (13) para depois de “falo” (14), entre vírgulas.
2.“Nessa perspectiva” (15) para depois de “desencadeou” (16), sem vírgulas.
3.“novamente” (17) para depois de “reflexivo” (18), sem vírgulas.
4.“assim” (19) para antes de “O aluno” (20), seguido de vírgula.
5.“talvez” (21) para depois de “preconceito” (22), precedido de vírgula.
O sentido e a correção das frases ficariam mantido apenas nos casos: