“Reconheço”, disse o homem, “fui um poluidor implacável.(09) Matei todo tipo de bicho, criei todo tipo de lixo, transformei bom oxigênio em ar irrespirável.”(10)

E suspirou, contrito, envenenando mais um litro. “Nem sei quanto spray usei, mas aposto meu patrimônio: há um buraco com meu nome na tal (01) camada de ozônio.”

“Florestas foram arrasadas(13) para me dar calor (06) e notícia.(07) Sem falar nos troncos de lei (03) em que canivetei que amava uma tal de (02) Letícia.”

“Fui um flagelo sem dó, uma horda(04) de hunos(04) de um só.”

“Transformei rios(08) em cloacas e cloacas em Rios(08) de sujeira, em transbordante nojeira. ’Abaixo o ecossitema’ foi, eu quase diria, meu lema.”

“Fui um Átila (05) irreciclável,(11) um biodesagradável.”(12)

“Agredi a natureza. Destruí a sua beleza.”

“Mas, em compensação, em matéria de devastação, de agressão e desatino...” (mostrando suas próprias rugas, sua calvície, sua velhice): “... vejam o que Ela fez com este menino.”

VERÍSSIMO, L. F. Jornal Zero Hora. 26 ago. 1990.

Considerando o sentido de algumas palavras/ expressões no texto, não é correto afirmar: