Para responder à questão, leia o trecho a seguir, no contexto da obra O Ateneu, de Raul Pompéia, e as afirmativas.
“Mal tinha eu entrado, senti que duas mãos, no fundo, prendiam-me o tornozelo, o joelho. A um impulso violento caí de costas; a água abafou-me os gritos, cobriu-me a vista. Senti-me arrastado. Num desespero de asfixia, pensei morrer. Sem saber nadar, vi-me abandonado em ponto perigoso; e bracejava, à toa, imerso a desfalecer, quando alguém me amparou. Um grande tomou-me ao ombro e me depôs à borda, estendido, vomitando água. Levei algum tempo para me inteirar do que ocorrera. Esfreguei por fim os olhos e verifiquei que o Sanches me tinha salvo. “Ia afogar-se!” disse ele, amparando-me a cabeça enquanto me desempastava os cabelos de cima dos olhos. Meio aturdido ainda, contei-lhe efusivamente o que me haviam feito. “Perversos!” observou-me o colega com pena, e atribuiu a brutalidade a qualquer peste que fugira no atropelo dos nadadores, desvelando-se em solicitudes por tranquilizar-me. Tive depois motivo para crer que o perverso e a peste fora-o ele próprio, na intenção de fazer valer um bom serviço”.
I) A violência recorrente num ambiente de confinamento mostra ao personagem principal a lógica da dominação dos mais fracos pelos mais fortes.
II) A expressão “fazer valer um bom serviço” explicita o trabalho duplo de Sanches: apresentar um suposto perigo e ao mesmo tempo oferecer proteção ao aluno novato.
III) O incêndio que devastaria o colégio Ateneu, provocado pelo personagem principal do romance, é um último ato de violência, que dá fim à obra de Raul Pompéia.
IV) Com teor memorialista, a obra O Ateneu, uma crônica de saudades, traz um narrador em primeira pessoa do singular, chamado Franco.
As afirmativas corretas são, apenas,