Para responder à questão, leia o fragmento do conto “O moleque”, de Lima Barreto, e as afirmativas a seguir, sobre o autor e o texto.
Mesmo os nomes índios, como já foi observado, se apagam, vão se apagando, para dar lugar a nomes banais de figurões ainda mais banais, de forma que essa pequena antiguidade de quatro séculos desaparecerá em breve, e as novas denominações talvez não durem tanto.
Nenhum testemunho, dentro em pouco, haverá das almas que eles representam, dessas consciências tamoias que tentaram, com tais apelidos, macular a virgindade da incalculável duração da terra. Sapopemba é já um general qualquer, e tantos outros lugares do Rio de Janeiro vão perdendo insensivelmente os seus nomes tupis.
Inhaúma é ainda dos poucos lugares da cidade que conserva o seu primitivo nome caboclo, zombando dos esforços dos nossos edis para apagá-lo.
É um subúrbio de gente pobre, e o bonde que lá leva atravessa umas ruas de largura desigual, que não se sabe por que ora são muito estreitas, ora muito largas, bordadas de casas e casitas sem que nelas se depare um jardinzinho mais tratado ou se lobrigue, aos fundos, uma horta mais viçosa.
Sobre o fragmento acima e seu autor, afirma-se:
I) Lima Barreto é um dos autores brasileiros que, em sua produção de contos, crônicas e romances, preocupou-se em revelar as condições de vida na periferia urbana do Rio de Janeiro.
II) Em “O moleque”, o narrador chama a atenção para o descuido das autoridades em relação à memória da cidade, revelado no apagamento dos nomes primitivos dos lugares que são testemunhos dos antigos habitantes da região.
III) A simplicidade da linguagem utilizada no fragmento acima - inclusive com o uso de expressões coloquiais - contraria as propostas estéticas defendidas pelo Modernismo brasileiro.
IV) Afora a constatação da pobreza do subúrbio, o narrador, em “O moleque”, condena a população por seu descuido com a manutenção das casas e das hortas.
As afirmativas corretas são: