TEXTO 1
Para alguns, os mais pragmáticos,(01) o tempo não tem nada de misterioso: ele passa, envelhecemos e um dia morremos, ponto final.(02) Já(03)para outros, o tempo é um paradoxo, nosso grande amigo e inimigo.
Amigo por(07) nos ensinar a ser pacientes com a impaciência dos outros, por(07) nos fazer esquecer coisas que devem ser esquecidas e lembrar aquelas que devem ser lembradas. Inimigo por(07) interromper vidas e relações, por(07) mudar coisas que não queremos que sejam mudadas, por(07) nos fazer esquecer coisas que devem ser lembradas. Em termos psicológicos, não temos dúvidas: como ninguém consegue se lembrar do futuro, o tempo anda sempre avante.
Mas(04) a situação não é assim tão simples. Em arte, podemos inventar o futuro no presente, “visualizar”(06) o que vai ser e tentar dar vida a essa visão.(05) O paradoxo, aqui, é que toda criação depende apenas do passado: criamos o futuro reexperimentando e reintegrando o passado. Isso não significa que tudo já(03) existe; significa apenas que existem infinitos modos de olhar para trás.
(Adaptação de artigo do físico Marcelo Gleiser, publicado na Folha de São Paulo em 20 de março de 2005.)
A expressão que serviria de título para o texto, por sintetizar as ideias nele contidas, é