TEXTO 3

“Quando vim da minha terra,

Não vim, perdi-me no espaço,

Na ilusão de ter saído.

Ai de mim, nunca saí.

Lá estou eu, enterrado(01)

por baixo(02) das falas mansas,

por baixo (02) das negras sombras,

por baixo (02) das lavras de ouro,

por baixo (02) de gerações,

por baixo, (02) eu sei, de mim mesmo,

este vivente enganado(03),

[enganoso (03). ”

(Carlos Drummond de Andrade. A ilusão do migrante (fragmento). In: _______. Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996.)

Para responder à questão, considerar as seguintes afirmativas sobre o poema.

  1. I) Nos três primeiros versos, o poeta vale-se de um paradoxo para expressar a impossibilidade do migrante de romper os laços com a terra natal.

  2. II) O sentido de “enterrado” (01) completa-se metaforicamente na sequência do poema.

  3. III) As expressões repetidas no começo dos versos (02) referem-se ao lugar de destino do migrante.

  4. IV) Os sufixos -ado e -oso (03) imprimem ao radical ao qual se unem a ideia de produto e de processo, respectivamente.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que somente estão corretas