TEXTO A

“Tabuleta Nova

Referido o que fica atrás, Custódio confessou tudo o que perdia no título e na despesa, o mal que lhe trazia a conservação do nome da casa, a impossibilidade de achar outro, um abismo, em suma.

Não sabia que buscasse; faltava-lhe a invenção e paz de espírito. Se pudesse liquidava a confeitaria. E afinal que tinha ele com política? Era um simples fabricante de doces, estimado, afreguesado, respeitado, e principalmente respeitador da ordem pública...

— Mas o que é que há? Perguntou Aires.

— A república está proclamada.

— Já há governo?

— Penso que já, mas diga-me V. Exª: ouviu alguém acusar- me jamais de atacar o governo? Ninguém. Entretanto... Uma fatalidade! Venha em meu socorro, Excelentíssimo. Ajude-me a sair deste embaraço. A tabuleta está pronta, o nome todo pintado.

— “Confeitaria do Império”, a tinta é viva e bonita. (...) V. Exa crê que, se ficar “Império”, venham quebrar-me as vidraças?”

TEXTO B

“O Poeta Come Amendoim

(...)

Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer...

A noite era pra descansar. As gargalhadas brancas dos mulatos...

Silêncio! O Imperador medita os seus versinhos.

Os Caramurus conspiram na sombra das mangueiras ovais.

Só o murmurejo dos cr’m-deus-padres irmanava os homens de

[meu país...

Duma feita os canhamboras perceberam que não tinha mais

[escravos,

Por causa disso muita virgem-do-rosário se perdeu...

Porém o desastre verdadeiro foi embonecar esta República

[temporã

A gente inda não sabia se governar...

Progredir, progredimos um tiquinho

Que o progresso também é uma fatalidade...

Será o que Nosso Senhor quiser!”

A afirmação correta a respeito do texto A é: