TEXTO A

“Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas da amplidão...

Hoje... o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar...

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E um baque de um corpo ao mar...”

TEXTO B

“O meu avô costumava à noite, depois da ceia, conversar para a mesa toda calada. Contava histórias de parentes e de amigos [...] O seu grande motivo era, porém, a escravidão. [...]

— O major Ursolino de Goiana fizera a casa de purgar no alto, para ver os negros subindo a ladeira com a caçamba de mel quente na cabeça. Tombavam cana com a corrente tinindo nos pés. Uma vez um negro dos Picos chegou na casa grande do major, todo de bota e de gravata. Vinha conversar com o senhor de engenho. Subiu as escadas do sobrado oferecendo cigarros. Estava ali para prevenir destruições que o gado do engenho fizera na cana dos Picos. Ele era o feitor de lá. O seu senhor pedira para levar este recado. O major calou-se, afrontado. Mandou comprar o negro no outro engenho. Mas o negro só tinha uma banda escrava. Pertencendo a duas pessoas numa partilha, um dos herdeiros libertara a sua parte.

Então o major comprou a metade do escravo. E trouxe o atrevido para a sua bagaceira. E mandou chicoteá-lo no carro, a cipó de couro cru, somente do lado que lhe pertencia.”

Para responder à questão, assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as afirmativas relacionadas ao Texto B:

() A linguagem diferencia-se substancialmente daquela do Texto A, que é econômico nas adjetivações.

() O narrador sugere que costumava solicitar ao avô o relato das histórias de escravos.

() O narrador recupera diretamente a fala do avô.

() O Major Ursolino parece não compartilhar das ideias de seu vizinho no que se refere ao tratamento dispensado aos negros.

() A fala contínua do avô é o único elemento do texto que pode sugerir que os assistentes lhe dedicavam toda a atenção.

A sequência correta, de cima para baixo, de preenchimento dos parênteses é