Discurso de despedida do Senado

Sr. Presidente, Srs. Senadores, levamos a cabo a tarefa da transição.

Acredito firmemente que o autoritarismo é uma página virada na história do Brasil. Resta, contudo, um pedaço de nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas, ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista.

Esse modelo, que à sua época assegurou progresso e permitiu a nossa industrialização, começou a perder fôlego no fim dos anos 70. Atravessamos a década de 80 às cegas. No final da “década perdida”, os analistas políticos e econômicos mais lúcidos já convergiam na percepção de que o Brasil vivia não apenas um somatório de crises conjunturais, mas o fim de um ciclo de desenvolvimento a longo prazo.

Fernando Henrique Cardoso. Adaptado de www.planalto.gov.br, em 15/12/1994.

Em seus dois mandatos como presidente, Fernando Henrique Cardoso buscou apoio de diferentes forças políticas e partidárias para implementar um programa de reformas que rompesse com o que chamou de “legado da Era Vargas”. Essas reformas eram vistas pelo grupo político ao qual pertencia como fundamentais para que o país vencesse definitivamente as dificuldades enfrentadas na “década perdida”.

Explique o significado da expressão “década perdida” para a economia brasileira.

Cite, ainda, duas ações desenvolvidas durante os governos de Fernando Henrique Cardoso relacionadas a seu rompimento com a ”Era Vargas”.