Luciano Trigo
O olhar agudo de Machado de Assis capta de forma natural as alterações da dinâmica social que culminariam na abolição da escravidão, em 1888, e na proclamação da República, no ano seguinte. Um dos melhores retratos que Machado faz daquele momento está nesta página de Esaú e Jacó:
"A capital oferecia ainda aos recém-chegados um espetáculo magnífico. (...) Cascatas de ideias de invenções, de concessões rolavam todos os dias, sonoras e vistosas, para se fazerem contos de réis, centenas de contos, milhares, milhares de milhares, milhares de milhares de milhares de contos de réis.
Todos os papéis, aliás ações, saíam frescos e eternos do prelo. (...) Nasciam as ações a preço alto, mais numerosas que as antigas crias da escravidão, e com dividendos infinitos."
(Adaptado de O viajante imóvel - Machado de Assis e o Rio de Janeiro de seu tempo. Rio de Janeiro: Record, 2001.)
A denominação da ação econômica empreendida no momento histórico retratado por Machado de Assis e duas de suas principais consequências estão corretamente apresentadas na seguinte alternativa: