Fluminenses, avante! Marchemos!

Às conquistas da paz, povo nobre!

Somos livres, alegres brademos,

Que uma livre bandeira nos cobre.

Ódio eterno à escravidão!

Que na Pátria enfim liberta

Brilha à luz da redenção!

Nesta Pátria, do amor áureo templo,

Cantam hinos a Deus nossas almas;

Veja o mundo surpreso este exemplo,

De vitória, entre flores e palmas.

Nunca mais, nunca mais nesta terra

Virão cetros mostrar falsos brilhos;

Neste solo que encantos encerra,

Livre Pátria terão nossos filhos.

Ao cantar delirante dois hinos

Essa noite, dos tronos nascida,

Deste sol, aos clarões diamantinos,

Fugirá, sempre, sempre vencida.

Nossos peitos serão baluartes

Em defesa da Pátria gigante;

Seja o lema do nosso estandarte.

Jornal do Brasil, 02/09/2004.

O hino do Estado do Rio de Janeiro data de dezembro de 1889. Sua letra exalta mudanças na história social e política do país no final do século XIX, como a abolição da escravidão e a proclamação da república. Mas, na realidade, algumas dessas mudanças foram mal recebidas por parte da elite dos proprietários rurais fluminenses da época. Já a cidade do Rio de Janeiro, que continuava sendo a capital, veio a representar progressivamente a modernidade com a qual o novo regime queria ser identificado.

  1. a) Identifique o segmento da elite rural fluminense que se manifestou em bloco contra o projeto aprovado da abolição da escravatura no Brasil e explique por que esse projeto era contrário a seus interesses.

  2. b) Apresente duas características do espaço urbano da capital no momento da proclamação da república.