TEXTO III

A Corrida do Ouro

Duzentos anos de buscas foram necessários para que os portugueses chegassem ao ouro de sua América. Aos espanhóis não se apresentou o problema da procura e pesquisa dos metais preciosos. Assim que desembarcaram no México, na Colômbia ou no Peru, seus olhos mercantis foram ofuscados pelo ouro e prata que os homens da terra ostentavam nas suas armas, adornos e utensílios. Junto às suas civilizações, o gentio havia desenvolvido a exploração e o trabalho dos metais, para eles (2) mais preciosos pelas suas serventias que pelo poder e valor que agregavam (3) ao homem da Europa cristã, de alma lapidada pela cultura ocidental. O primeiro trabalho que tiveram os castelhanos foi o de imediatamente afirmarem a inferioridade daquele homem que se recusava a total subserviência à majestade de Deus e d’el Rei, através de concepções bastante convenientes a seus propósitos (1). O brilho do metal, como o canto da sereia, tornou-os surdos a qualquer apelo contrário que não fosse o da ambição pelo ouro e pela prata, tornando-os insensíveis a qualquer consideração humana no “trabalho” de submetimento do indígena, até o seu extermínio ou à redução, dos que sobreviveram, à condição de servos ou escravos nas fainas da mineração.

Os sucessos castelhanos atiçaram os colonos portugueses a iniciarem suas buscas, seja pelo encanto daquelas descobertas, seja pelas fantasias que se criaram a partir delas: de tesouros fabulosos perdidos nas entranhas generosas das Américas; de relatos imprecisos de indígenas vindos do interior; de noções equivocadas da geografia do continente como a da proximidade do Peru; ou mesmo de alguns possíveis indícios concretos, surgiram lendas como as de Sabarabuçu e as de Paraupava, que avivavam os colonos na procura de pedras e metais preciosos.

(MENDES Jr., A., RONCARI, L. e MARANHÃO, R. Brasil história: texto e consulta. São Paulo. Brasiliense, 1979.)

Na construção do texto III, empregam-se pronomes pessoais e possessivos que ora estabelecem relações indispensáveis à compreensão do sentido, ora se tornam redundantes nesta função textual.

  1. a) Observe atentamente o trecho compreendido e indique os termos antecedentes de eles (2) e do sujeito oculto de agregavam (3).

  2. b) Transcreva dois trechos em que o possessivo possa ser suprimido sem qualquer prejuízo para a compreensão do texto.