Música para reunir inimigos

BERLIM. Há quatro anos, o consagrado maestro e pianista argentino Daniel Barenboim entendeu que poderia unir pacificamente dois lados de um violento conflito, usando sua experiência musical e sua origem judaica. Com o apoio de seu amigo palestino Edward Said, renomado ensaísta e professor da Universidade de Columbia, em Nova York, Barenboim criou o projeto “West Eastern Divan”, orquestra formada majoritariamente por crianças e adolescentes israelenses e palestinos, que se apresenta em vários países durante os verões. Barenboim, que vive na Alemanha, afirma que não quer doutrinar politicamente ninguém e sabe que a iniciativa é tímida diante da complexidade da crise no Oriente Médio. Mas também lembra, otimista: “A música é capaz de reunir inimigos”.

(MAGALHÃES-RUETHER, Graça. O Globo, 01/09/2002.)

A iniciativa acima é uma dentre várias que são realizadas com o objetivo de facilitar a construção da paz entre dois povos que têm uma história de conflitos. Contudo, os acontecimentos dos últimos anos parecem deixar pouca margem para uma expectativa de solução pacífica em curto prazo.

A respeito da questão judaico-palestina, indique, do ponto de vista territorial, a causa fundamental do conflito e identifique um problema, de caráter espacial, que dificulte uma solução negociada entre os povos envolvidos.