“A caricatura não tem por objeto principal fazer rir. Isto é tão certo que há caricaturas lúgubres. Porque encontra o riso em seu caminho, a caricatura afinal não tem nada duma arte do riso, como têm avançado muitos autores, e assim a considera o preconceito corrente. (...) Longe de ser um testemunho da alegria, o próprio exagero caricatural não é senão um meio, nas mãos do artista, para exprimir seu rancor. Não há por que nos surpreendermos com isso. Como, realmente, à força de muito advertidos a respeito daquilo que mascara a mímica social, não cairmos em meditação cheia de desgosto? Como não nos deixarmos possuir por uma espécie de desencantamento, uma como que fadiga da alma, à custa de muito vermos e de vermos muito bem?”

(GAULTIER, Paul. In: LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1963.)

Porque encontra o riso em seu caminho, a caricatura afinal não tem nada duma arte do riso...

Neste trecho, percebemos que o conectivo “porque” está sendo empregado com um significado diferente do usual. A substituição do conectivo que preserva o sentido original do trecho é