TEXTO I

Esses Moços

Esses moços, pobres moços

Ah! Se soubessem o que eu sei

Não amavam...

Não passavam aquilo que eu já passei

Por meus olhos

Por meus sonhos

Por meu sangue, tudo enfim

É que eu peço a esses moços

Que acreditem em mim

Se eles julgam

Que há um lindo futuro

Só o amor nesta vida conduz

Saibam que deixam o céu por ser escuro

E vão ao inferno

À procura de luz

Eu também tive nos meus belos dias

Essa mania que muito me custou

E só as mágoas eu trago hoje em dia

E essas rugas o amor me deixou!

(Lupicínio Rodrigues (1948))

TEXTO II

Capítulo LXXIII / O contrarregra

Ora, o dandy do cavalo baio não passou como os outros; era a trombeta do juízo final e soou a tempo; assim faz o Destino, que é o seu próprio contrarregra (1). O cavaleiro não se contentou de ir andando, mas voltou a cabeça para o nosso lado, o lado de Capitu, e olhou para Capitu, e Capitu para ele; o cavalo andava, a cabeça do homem deixava-se ir voltando para trás (2). Tal foi o segundo dente de ciúme que me mordeu. A rigor, era natural admirar as belas figuras; mas aquele sujeito costumava (3) passar ali, às tardes; morava (4) no antigo Campo da Aclamação, e depois... e depois... Vão lá raciocinar com um coração de brasa, como era o meu! Nem disse nada a Capitu; saí da rua à pressa, enfiei pelo meu corredor, e, quando dei por mim, estava na sala de visitas.

(Machado de Assis, Dom Casmurro (1899))

Obs.: dandy (dândi): homem elegante, que se traja com apuro

Sobre o trecho do Texto II era a trombeta do juízo final e soou a tempo; assim faz o Destino, que é o seu próprio contrarregra (1), é correto afirmar que