Texto I

Sôbolos rios que vão

por Babilônia, me achei,

onde sentado chorei

as lembranças de Sião

e quanto nela passei.

Ali, o rio corrente

de meus olhos foi manado;

e, tudo bem comparado,

Babilônia ao mal presente,

Sião ao tempo passado.

[...]

Mas ó tu, terra de Glória,

se eu nunca vi tua essência,

como me lembras na ausência?

Não me lembras na memória

senão na reminiscência.

(“Sôbolos rios que vão”, Luís de Camões (poeta do Classicismo português))

Texto II

De uma vez calhou lermos Sôbolos rios que vão. Contava-se aí da Babilônia e da Jerusalém celeste. [...] A Jerusalém é nossa, mas construímo-la tão longe, tão dentro da nossa violenta inquietação (1), que só a sua miragem (3) nos visita de quando em quando, à hora das raízes e das sombras (2).

(Aparição, Vergílio Ferreira (escritor português contemporâneo)

Observações:

Sôbolos = sobre os Sião = Jerusalém

Considerando a leitura dos dois textos, assinale a alternativa correta.