[MACK 2008] Texto I Cessem do sábio Grego e do ...

Texto I

Cessem do sábio Grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram,

[...]

Cesse tudo o que a Musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se alevanta.

(Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas.)

Texto II

Cesse de uma vez meu vão desejo

de que o poema sirva a todas as fomes.

[...]

letras eu quero é pra pedir emprego,

agradecer favores,

escrever meu nome completo.

O mais são as mal-traçadas linhas.

(Adélia Prado, "O que a musa eterna canta".)

Considerado o contexto da obra Os Lusíadas, é correto dizer que, no texto I, o poeta

expressa, com seu canto, o desejo de negar a tradição épica, já que considera ultrapassado o que a Musa antiga canta (verso 3).

faz alusão à grandeza heroica do povo português, quando se refere ao valor mais alto (verso 4).

opõe-se às representações mitológicas greco-romanas (verso 3), deixando implícita sua adesão ao cristianismo.

incita os portugueses a rejeitarem todo o conhecimento universal (verso 1), para inscreverem seu nome na história.

explicita sua crítica aos antigos navegadores, ao utilizar ironicamente o adjetivo grandes (verso 2).