— (...) Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso!

— Então você cuida que ele anda atrás de alguém?

— Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a gente sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte ou não tarda.

Estremeceu Inhá com um ligeiro arrepio, e volvendo em torno a vista inquieta, aproximou-se do companheiro para falar-lhe em voz submissa:

— Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui perto, quando vou à casa de Zana, e não apareceu nenhuma desgraça.

— É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola.

— Coitado! Se o prendem!

— Ora qual. Dançará um bocadinho na corda!

— Você não tem pena?

— De um malvado, Inhá!

— Pois eu tenho!

(José de Alencar, Til, em Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, p. 825.)

O trecho do romance Til transcrito acima evidencia a ambivalência que caracteriza a personagem Jão Fera ao longo de toda a narrativa.

  1. a) Explicite quais são as duas faces dessa ambivalência.

  2. b) Exemplifique cada face dessa ambivalência com um episódio do romance.