Leia o seguinte diálogo de O demônio Familiar, de José de Alencar:

Eduardo - Assim, não amas a tua noiva?

Azevedo - Não, decerto.

Eduardo - É rica, talvez; casas por conveniências?

Azevedo - Ora, meu amigo, um moço de trinta anos, que tem, como eu, uma fortuna independente, não precisa tentar a chasse au

mariage. Com trezentos contos pode-se viver.

Eduardo - E viver brilhantemente; porém não compreendo então o motivo...

Azevedo - Eu te digo! Estou completamente blasé, estou gasto para essa vida de flaneur dos salões; Paris me saciou. Mabille e Château des Fleurs embriagaram-me tantas vezes de prazer que me deixaram insensível. O amor é hoje para mim um copo de Cliqcot que espuma no cálice, mas já não me tolda o espírito!

(José de Alencar, "O demônio familiar” (Cena XIII, Ato Primeiro), em Obra Completa, Vol. IV. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960, p. 92.)

  1. a) O que o diálogo acima revela sobre a visão que Azevedo tem do casamento?

  2. b) Em que essa visão difere da opinião de Eduardo sobre o casamento?

  3. c) Que ponto de vista prevalece no desfecho da peça? Justifique sua resposta.