Millôr Fernandes, considerado um dos maiores humoristas brasileiros, escreveu o texto “Leite, quéqué isso?” em sua coluna no Caderno 2, no jornal O Estado de S. Paulo de 22/08/99. Abaixo, está um excerto desse texto. Leia-o com atenção e responda:
Vocês, que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? Lembram mais longe, quando a vaca-leiteira, que não era vaca coisa nenhuma, era uma caminhonete-depósito, vinha vender leite na porta de casa? Lembram mais longe ainda, quando a gente ia comprar leite no estábulo e tinha aquele cheiro forte de bicho, de bosta e de mijo, que a gente achava nojento e só foi achar genial quando aprendeu que aquilo tudo era ecológico? Lembram bem mais longe ainda, quando a gente mesmo criava a vaca e pegava nos peitinhos dela pra tirar o leite dos filhos dela, com muito jeito pra ela não nos dar uma cipoada?
Mas vocês não lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite - leite em pacote, imagina, Tereza! - na porta dos fundos e estava escrito que é pausterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
a) A palavra “embromatologia” soa como um termo técnico, mas não é. Diga por que parece e por que não é.
b) O texto mostra que a moda pode afetar nossos gostos. Em que passagem isso aparece?
c) As informações técnicas que acompanham muitos produtos não necessariamente esclarecem o consumidor, mas o impressionam. Transcreva a passagem do texto em que o autor alude a esse problema.