Leia o poema “Um dia, de repente”, escrito pela poeta porto-alegrense Lara de Lemos (1923-2010).
Um dia, de repente, arrastam-nos à força
para um lugar incerto.
Um dia, de repente, desnudam-nos impudica/
mente.
Um dia, de repente, é o duro frio
do escuro catre.
Um dia, de repente, somos apenas um ser vivo:
verme ou gente?
Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
I. O poema recupera o episódio de encarceramento, ocorrido com Lara de Lemos, durante a ditadura civil-militar no Brasil.
II. O poema é construído na primeira pessoa do plural, reforçando a solidariedade do sujeito lírico com todos que viveram a mesma situação.
III. A repetição de “Um dia, de repente” revive a arbitrariedade das prisões e da tortura.
Quais estão corretas?