Leia abaixo o soneto de Gregório de Matos Guerra, e Poesia , de Carlos Drummond de Andrade.
A certa personagem desvanecida
Um soneto começo em vosso gabo: Contemos esta regra por primeira; Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo,
Na quinta torce agora a porca o rabo; A sexta vá também d’esta maneira: Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi: Direi que vós, Senhor, a mim me honrais Gabando-vos a vós, e eu fico um rei. N’esta vida um soneto já ditei; Se d’esta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
Poesia
Gastei uma hora pensando em um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Considere as seguintes afirmações sobre os dois textos.
I. Os dois poemas, embora reflitam sobre o fazer poético, encaram-no de modo diverso.
II. A criação poética, para Gregório de Matos Guerra, é árdua, mesmo com a ajuda do rei e com a inspiração divina.
III. A criação poética, para Drummond, é árdua, por ser um ato interno que requer persistência, pois nem sempre a inspiração gera um poema.
Quais estão corretas?