Leia os seguintes fragmentos.
1.
Viu, um deles, umas contas de rosário, brancas, e acenou que lhas dessem; folgou muito com elas e lançou-as ao pescoço; depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e então para as contas e para o colar do Capitão, como [a dizer] que dariam ouro por aquilo. Isso entendíamos nós, por assim desejarmos; mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender porque não havíamos de dar.
(Extraído de: Pero Vaz de Caminha, Carta ao Rei D. Manuel, do século XVI.)
2.
Velas baixaram. E desembarcaram. - Terra, como é teu nome? Cortaram pau. Saiu sangue.
- Isso é Brasil!
No outro dia O sol do lado de fora assistiu missa.
Terra em que Deus anda de pé no chão!
Outros chegaram depois. Outros. Mais outros. - Queremos ouro!
A floresta não respondeu.
Então
Eles marcharam por uma geografia-do-sem-lhe-achar-fim.
Rios enigmáticos apontavam o Oeste.
A água obediente conduziu o homem.
Começou daí um Brasil sem-história-certa. A terra acordou-se com o alarido de caça De animais e de homens.
Mato-grande foi cúmplice de novas plantações de sangue.
(Extraído de: Raul Bopp, História, parte de Poemas brasileiros, de 1946.)
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre esses fragmentos.
() O eu-lírico do poema de Bopp denuncia a forma violenta como se deu a colonização do Brasil, o que pode ser evidenciado nas duas ocorrências da palavra “sangue”.
() O fragmento da carta de Caminha expõe a intenção dos portugueses de trocar colares por metais preciosos existentes na nova terra.
() O texto de Bopp, ao referir que começou “um Brasil sem-história-certa”, exemplifica a perspectiva modernista de releitura crítica do passado nacional.
() Ambos os fragmentos, embora pertencentes a épocas distintas, reafirmam a supremacia do interesse religioso da conquista ao referirem, respectivamente, “contas do rosário” e “missa”.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é