Leia os seguintes fragmentos, o primeiro extraído do poema Ode Triunfal, e o segundo, do poema Tabacaria, ambos de Fernando Pessoa.

1.

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento, A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável

2.

O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão . Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo. Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela;
Serei sempre
o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades ;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta.

Sobre esses fragmentos, são feitas as seguintes afirmações.

  1. I. Como representante da corrente futurista, Ode Triunfal celebra o progresso, a velocidade, a máquina, em suma, o novo.

  2. II. No segundo fragmento, o eu-lírico define sua existência a partir de negatividades e impossibilidades.

  3. III. O eu-lírico do segundo fragmento associa-se a grandes vultos históricos com vistas a superar o caráter provinciano português.

Quais estão corretas?