Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, durante a sua célebre (2) viagem a bordo do Beagle. Voltou impressionado com o que viu: "Delícia (5) é um termo insuficiente (17) para exprimir (19) as emoções sentidas por um naturalista (28) a sós (8) com a natureza em uma floresta brasileira", escreveu. O Brasil, porém (11), aparece de forma menos idílica (21) em seus (27) escritos: "Espero nunca mais voltar a um país (12) escravagista. O estado da enorme população escrava deve preocupar todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem ver o negro como outra espécie, mas temos todos a mesma origem."
Em vez do gorjeio do sabiá (6), o que Darwin guardou nos ouvidos foi um som (36) terrível (3) que o (29) acompanhou por toda a vida: "Até (13) hoje (40), se eu ouço um grito, lembro-me, (41) com dolorosa (22) e clara memória, de quando (45) passei numa casa em Pernambuco e ouvi urros terríveis (14). Logo entendi que era algum pobre escravo que estava sendo torturado."
Segundo o biólogo (4) Adrian Desmond, "a viagem do Beagle, para Darwin, foi menos (42) importante (43) pelos espécimes (15) coletados do que pela experiência (16) de testemunhar (25) os horrores da escravidão (23) no Brasil. De certa forma, ele escolheu focar na descendência (20) comum do homem justamente para mostrar que todas as raças eram iguais (31) e, desse modo (30), enfim, objetar (46) àqueles que (37) insistiam (18) em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e inferior à dos brancos". Desmond (33) acaba de (1) lançar um estudo que mostra a paixão abolicionista do cientista (35), revelada (26) por seus (32) diários (7) e cartas pessoais (44). "A extensão de seu (34) interesse no combate -à ciência de cunho racista é (9) surpreendente, e pudemos detectar um ímpeto moral por trás (10) de seu trabalho sobre a evolução humana - uma crença na ’irmandade racial’ que tinha (39) origem (38) em seu ódio (47) ao (48) escravismo (24) e que o levou a pensar numa descendência comum."
(Adaptado de: HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa FAPESP, n. 159, p. 80-85, maio 2009.)
Assinale a alternativa em que as três palavras são acentuadas graficamente pela mesma razão.